Indígenas do território Funil e lideranças dialogam a respeito da pavimentação da TO-010

A Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) começou nesta sexta-feira, 15, a dialogar com os povos indígenas do Território Funil, em Tocantínia, sobre a viabilidade da pavimentação asfáltica de um trecho de oito quilômetros da TO-010, que liga a cidade aos municípios de Rio Sono e Pedro Afonso, passando pela localidade.

A intenção do diálogo é informar os indígenas sobre a intenção da obra, prepará-los para as discussões e saber como eles querem que ocorra a Consulta Prévia Livre e Informada que determinará o andamento ou não do empreendimento, que só será construído com o aval dos povos desse território. Essa consulta é exigida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Para a titular da Sepot, Narubia Werreria, os indígenas são protagonistas nesse processo e o futuro projeto de asfaltamento da rodovia só irá para frente com o apoio do território Funil. “O governador Wanderlei Barbosa nos deu a incumbência de dialogar com os povos. A discussão sobre essa obra é histórica e vem de outras gestões, mas é a primeira vez que ela chega aos indígenas. Isso demonstra a preocupação que o Governo do Estado tem conosco”, disse a gestora.  

Rogério Xerente, professor e advogado do Território Funil, afirmou que a reunião foi proveitosa, representando o reconhecimento do povo índigena. “Essa discussão acontece há bastante tempo, mas o nosso povo nunca tinha sido consultado e ao mesmo tempo nunca chamado para participar de nenhuma discussão de forma direta para opinar e também demonstrar de que forma poderíamos contribuir”, disse. O indigena acrescentou que caso a obra seja aprovada pelos povos, que ela ocorra de forma que respeite todos os traços socioculturais do povo do Funil.

O cacique da Aldeia Funil, Elton Xerente, explicou que a reunião foi muito produtiva para a comunidade índgena. “É muito importante essa vinda do Governo do Estado para dentro da comunidade. É a primeira vez que isso acontece. Esperamos que as próximas reuniões possam ser proveitosas e que as pessoas estejam preparadas para as próximas discussões”, afirmou.

Próximos passos

A próxima etapa do processo será organizar um plano de trabalho com cronograma para as discussões com as aldeias e com os órgãos que participarão de cada etapa, com a elaboração de estudos técnicos sobre impactos ambientais e socioculturais.

Parceiros

Participaram da reunião representantes da Agência de Transportes, Obras e Infraestrutura (Ageto), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), bem como líderes e caciques do Território Indígena, que é composto por 173 famílias, divididas em nove aldeias.

Leia também

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. AceitarLeia mais