Em nota, Prefeitura informa novas contratações para atender escolas e crianças com necessidades especiais
A falta de cuidadores e outros profissionais na rede municipal de ensino de Palmas tem causado transtornos para estudantes, professores e pais responsáveis. Desde o início do ano letivo, em 3 de fevereiro, diversas unidades escolares enfrentam um déficit de servidores essenciais para o atendimento adequado às crianças, especialmente àquelas com necessidades especiais.
A Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), informou através de nota ao Jornal Primeira Página que “reconhece a importância dos profissionais de apoio no ambiente escolar, em especial para o atendimento a crianças com necessidades especiais, e reafirma seu compromisso com a inclusão e o suporte adequado aos estudantes.”
A pasta informou ainda que, na última quarta-feira (26), a gestão atingiu um total de 2.479 novos profissionais contratados para atuarem nas unidades de ensino da capital. Além disso, a nomeação de mais 106 novos servidores foi publicada no Diário Oficial desta quarta, e novas nomeações serão feitas nos próximos dias para suprir o déficit o quanto antes.
A situação atinge diretamente alunos com necessidades específicas, que dependem de cuidadores para acompanhá-los durante as atividades escolares. Sem esses profissionais, muitos estudantes estão impossibilitados de frequentar as aulas. É o caso da filha de Marriete Melo, uma criança autista de nove anos que ainda não conseguiu iniciar o ano letivo devido à falta de um cuidador na unidade onde foi matriculada.
Em entrevista ao Jornal Primeira Página, Marriete relatou a situação que está enfrentando. “Minha filha estudava na Escola Municipal Francisco Brandão, mas eu precisava de um local que oferecesse período integral, pois não tinha quem ficasse com ela no contraturno. Consegui uma vaga na Escola Olga Benário, mas, chegando lá, me informaram que não havia cuidador disponível”, relata a mãe.
“Sempre é assim. A gente faz a matrícula antecipadamente, entrega toda a documentação, e mesmo assim, quando chega na escola, dizem que não tem cuidador. Falam para esperar um contato, mas, se a gente não cobrar todos os dias, o ano termina e a criança sequer começa as aulas”.
A mãe ainda destaca que a gestão municipal tem alegado dificuldades na contratação dos cuidadores devido à necessidade de convocação dos aprovados em concurso público. “A secretaria diz que está chamando os concursados e que mais de 100 pessoas já foram convocadas. Mas, quando chegam lá e descobrem que podem ser designados para cuidar de crianças atípicas, a maioria desiste. E enquanto isso, nossas crianças ficam sem aula”, desabafa.
Déficit de profissionais em diversas unidades
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) denuncia a sobrecarga dos profissionais em atividade e cobra uma solução imediata da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Além dos cuidadores, há, segundo o Sintet, escassez de professores, monitores de desenvolvimento infantil (MDI), assistentes de sala e trabalhadores da limpeza e cozinha. O sindicato aponta que a falta de profissionais compromete o funcionamento adequado das escolas e impacta diretamente no aprendizado dos estudantes.
“O número ressalta a necessidade urgente de novas convocações. Não há como a escola funcionar adequadamente com tamanha carência. O resultado dessa sobrecarga de trabalho é a piora dos resultados no processo de ensino-aprendizagem e o adoecimento dos profissionais que estão trabalhando sobrecarregados”, destacou Fábio Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet).
O sindicato informou que já notificou o Ministério Público para reforçar a necessidade da realização de um concurso público. O certame chegou a ser realizado e homologado pela gestão anterior, mas foi suspenso pela Justiça. Enquanto isso, os profissionais aprovados aguardam convocação, e às unidades de ensino seguem enfrentando dificuldades para manter o funcionamento adequado.
A situação mais crítica é registrada na ETI Pe. Josimo, onde faltam 20 professores auxiliares, além de 10 cuidadores e outros servidores essenciais. No CMEI Romilda Budke, a ausência de 10 cuidadores também compromete o atendimento às crianças.
Veja abaixo o déficit por unidade escolar:
Escola Municipal Lúcia Sales Pereira Ramos
Professores (13)
Escola Francisca Brandão Ramalho
- Cuidadores (11)
- Professores (5)
- Monitores (2)
- Merendeiras (3)
- ASG’s (3)
ETI Padre Josimo Tavares
- Cuidadores (10)
- Professores (43)
- Merendeiras (3)
- ASG’s (11)
CMEI Contos de Fada
- Cuidadores (5)
- Professores (4)
- Monitor (1)
- ASG’s (3)
- Cozinha (2)
CMEI Romilda Budke
- Cuidadores (10)
- Monitores (3)
- Merendeira (2)
- ASG’s (2)
CMEI Irmã Maria Custódia
- Professores (5)
- Cuidadores (7)
- Monitores (2)