Tocantins registra 49 casos de sarampo e especialista alerta para risco de transmissão
O Tocantins notificou, até a manhã da última terça-feira (12), 49 casos de sarampo, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO). As ocorrências estão distribuídas entre Campos Lindos (21), Palmas (16), Porto Nacional (3), Nova Olinda (1), Araguaína (3), Gurupi (3), Filadélfia (1) e Carmolândia (1). Desses, 17 foram confirmados em Campos Lindos, 22 descartados e 10 seguem em investigação. Todos os pacientes apresentaram histórico de contato com pessoas que viajaram a países com circulação ativa do vírus, não estavam vacinados e permanecem em cuidados domiciliares.
Desde 19 de julho, equipes de vigilância da SES atuam em Campos Lindos com ações de contenção, como vacinação de contatos e orientações para isolamento. A secretaria enviou notas técnicas aos 139 municípios e informou que as 323 salas de vacinação do estado estão abastecidas com imunizantes.
O infectologista e professor da Afya Faculdade Porto Nacional, Dr. Jandrei Markus, reforça a alta transmissibilidade da doença. “O sarampo é muito perigoso porque se transmite com facilidade. Uma única pessoa infectada pode contaminar várias outras. Basta entrar em uma sala com alguém com sarampo para já correr um alto risco de contaminação”, disse.
A transmissão ocorre por via aérea — tosse, espirro, fala ou respiração próxima — e o período de incubação varia de sete a 14 dias. Os sintomas incluem febre alta, manchas vermelhas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite. A vacinação é a principal forma de prevenção e, segundo o especialista, o calendário prevê doses aos 12 e 15 meses, com reforço aos quatro anos. Em surtos, a chamada “dose zero” pode ser aplicada a partir dos nove meses.
Medidas como isolamento domiciliar de casos suspeitos, lavagem frequente das mãos e cobrir a boca ao tossir ou espirrar ajudam a reduzir o risco de contágio. “Não podemos subestimar o risco dessa doença, que ainda é capaz de provocar complicações graves e mortes, principalmente em crianças e pessoas não imunizadas”, alerta Markus.