Tocantins já registrou mais de 650 casos de sífilis em gestantes

A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) chama a atenção para a campanha Outubro Verde, com foco na conscientização da população tocantinense em relação à sífilis congênita, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, adquirida por relação sexual sem camisinha ou contato com o sangue contaminado, transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou parto. A campanha é viabilizada pela Lei n° 13.430/2017, que instituiu o terceiro sábado de outubro como o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita.

Caso não exista o tratamento durante a gestação, a sífilis congênita pode causar má-formação no feto e aborto espontâneo. Ao nascer, a criança com a doença pode ter sequelas permanentes, por isso é importante realizar o pré-natal, porque ajuda na prevenção e no tratamento e evita a transmissão da doença. Durante o pré-natal, os exames são repetidos no primeiro, no segundo e no terceiro trimestre de gestação.

Os sintomas da sífilis são: feridas indolores na região genital; manchas no corpo que, geralmente, não coçam; febre; mal-estar; ínguas pelo corpo; e dor de cabeça. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foram registrados entre janeiro e setembro de 2023 no Tocantins, 654 casos de sífilis em gestantes e 265 casos de sífilis congênita.

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Tratamento

O médico ginecologista e obstetra do Hospital-Geral de Palmas (HGP), Aleyxo Luiz Rocha, explica que “na primeira consulta de pré-natal, deve ser oferecida à gestante uma rotina de exames, incluindo o de Infecção Sexualmente Transmissível. A triagem para sífilis consiste em investigação clínica e a realização do teste rápido. Esse teste é chamado treponêmico e, se positivo, indica que a paciente teve contato com o Treponema Pallidum, agente causador da sífilis. A paciente que teve contato com esse agente, mantém o teste treponêmico positivo por longa data ou mesmo a vida inteira, então ele sozinho não diagnostica a patologia”.

Aleyxo afirma que “diante do resultado positivo, a paciente realiza o VDRL (Veneral Disease Research Laboratory), esse exame, se positivo, associado à história clínica desta paciente será interpretado pelo médico do pré-natal e definirá se a paciente tem a doença ativa. Nesse caso, institui o tratamento da paciente e do parceiro, para não existir reinfecção. O tratamento não precisa de internação, é feito com antibiótico e as pacientes alérgicas têm alternativas”.

Prevenção

A enfermeira da Área Técnica das Infecções Sexualmente Transmissíveis, HIV e AIDS e Hepatites Virais da SES-TO, Hellen Maria Araújo, fala sobre a prevenção da doença. “A porta de entrada para o diagnóstico, a prevenção e o tratamento da sífilis é a Atenção Primária à Saúde, por meio das Unidades Básicas de Saúde. A Secretaria orienta que as equipes realizem ações que estimulem a testagem rápida, como forma de diagnóstico precoce e tratamento oportuno”.

“Recomenda-se que a população sexualmente ativa se proteja com camisinha, vá a um posto de saúde fazer o teste sempre que tiver relação sexual desprotegida ou apresentar algum sintoma da doença. No caso de gestantes, o indicado é realizar o teste com frequência para diagnosticar a infecção também no momento do parto e em casos de aborto”, reitera a enfermeira.

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