STF forma maioria para manter retorno de Wanderlei Barbosa ao governo do Tocantins

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta quarta-feira (10), para referendar a liminar que autorizou o retorno de Wanderlei Barbosa (Republicanos) ao cargo de governador do Tocantins. O julgamento, realizado no plenário virtual, segue aberto até 23h59 desta quinta-feira (11).

Até a noite de quarta-feira, haviam votado pelo retorno o relator, ministro Nunes Marques, e os ministros André Mendonça e Luiz Fux. Os ministros Dias Toffoli e o presidente da turma, Gilmar Mendes, ainda não haviam registrado voto.

Wanderlei voltou ao cargo na sexta-feira (5), após decisão monocrática do ministro Nunes Marques. Como a liminar foi individual, ela precisava ser analisada pelos demais integrantes da turma.

Anúncio no meio do texto

Três meses afastado por decisão do STJ

O governador permaneceu três meses afastado por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é investigado na Operação Fames-19, que apura desvios de recursos públicos durante a pandemia de Covid-19. O processo tramita em segredo de justiça.

No dia da liminar, a defesa informou que recebeu a decisão com “serenidade”.

Argumentos do relator

Ao conceder a liminar, o ministro Nunes Marques avaliou que o afastamento provocava impacto na continuidade administrativa às vésperas do ano eleitoral. Para o ministro, a medida deveria ser tomada apenas com “fundamentação robusta” e com demonstração clara de necessidade.

“[…] defiro medida liminar, para suspender, até o julgamento deste writ, a medida cautelar de afastamento do cargo de Governador de Estado determinada pelo Superior Tribunal de Justiça e, em consequência, a medida cautelar de proibição de acesso ou frequência aos edifícios oficiais”, afirmou.

Ele também destacou que os indícios considerados pelo STJ não seriam “contemporâneos à medida cautelar de afastamento”. A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia se manifestado contra a manutenção do afastamento cautelar.

Reestruturação do governo após a volta

Após retornar ao cargo, Wanderlei Barbosa exonerou o primeiro escalão da gestão, que havia sido nomeado durante a interinidade do vice-governador Laurez Moreira (PSD). Com isso, aliados voltaram a assumir secretarias e posições estratégicas.

Entenda o afastamento

Wanderlei Barbosa e a primeira-dama foram afastados em 3 de setembro de 2025 por decisão do ministro Mauro Campbell, do STJ, posteriormente confirmada pela Corte Especial. Eles são investigados por suspeita de desvios de recursos destinados a ações emergenciais de 2020 e 2021, período em que Wanderlei comandava a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas).

Segundo a Polícia Federal, os desvios ocorreram por meio de contratações ilícitas. A liminar que autorizou o retorno do governador não tratou da situação da primeira-dama.

Íntegra da nota da defesa

A defesa divulgou a seguinte manifestação após a liminar:

“A defesa do Governador Wanderlei Barbosa recebe com serenidade a decisão emanada do Supremo Tribunal Federal proferida na data de hoje [sexta-feira, 5], a qual viabiliza o seu retorno ao cargo para o qual foi legitimamente eleito.”

Informações: G1 Tocantins

Leia também

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais