Raio atinge barco e mata dois pescadores no Tocantins; veja o que se sabe sobre o acidente

Dois homens morreram e um sobreviveu após um raio atingir o barco em que estavam durante uma pescaria no Rio Tocantins, próximo à cidade de Filadélfia, no norte do estado. O acidente aconteceu na tarde de sábado (11) e vitimou Murilo Guimarães Vinhal, de 33 anos, e Idael da Silva Farias, de 38 anos. O professor Ricardo Moacir Machado Vieira, de 40 anos, sobreviveu à descarga elétrica e relatou ter tentado salvar os amigos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os corpos foram localizados por volta das 11h50 de domingo (12), a cerca de oito metros de profundidade e três quilômetros abaixo da cidade. As buscas contaram com apoio de mergulhadores da Companhia Independente de Busca e Salvamento (CIBS) de Palmas, além de militares de Imperatriz (MA), Marinha e moradores da região.

Tentativa de resgate e relato do sobrevivente

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Ricardo contou que o grupo estava pescando sob garoa quando o raio atingiu o barco. “Senti a descarga do raio na vara de pescar que estava em minhas mãos, como se fosse um choque, e aquele barulho tremendo. O raio caiu no barco, arremessando meus amigos na água”, relatou.

Ele disse ter mergulhado no rio para tentar resgatar Murilo, mas entrou em pânico com a ventania e a correnteza. “Quando olhei para o lado meus amigos não estavam no barco e me deparei com eles afundando na água ao meu lado. Pulei no rio para tentar resgatar o Murilo, que estava mais próximo da embarcação. Quando vi ele estava sem vida e o barco se afastando, entrei em pânico com o vento e a chuva. Ou eu tentava lutar por minha vida ou morreríamos os três afogados”, contou.

Em meio ao desespero, Ricardo conseguiu voltar ao barco e pedir ajuda. “Liguei para meu irmão, relatando o acontecido e implorando por socorro. Não sei quanto tempo se passou, se foram minutos ou horas de tormento”, afirmou. O professor foi resgatado pela Polícia Militar e levado até a margem do rio.

Amigos de longa data

As vítimas eram amigas há mais de 15 anos e tinham o hábito de pescar juntas. Segundo o amigo Denner Mota, que não estava na embarcação, Ricardo ficou em estado de choque após o acidente. “Não se feriu, apenas o abalo emocional por não conseguir puxar o Murilo. No momento da descarga, quando Murilo e Idael caíram na água, ele pulou para tentar puxar o Murilo, ainda agarrou na camisa dele, mas começou a afundar junto e precisou soltar para se salvar”, contou.

Denner disse ainda que Murilo era guia de pesca esportiva e que o grupo era muito unido. “Eram três amigos muito íntimos. Amigos irmãos mesmo”, relatou.

Buscas e despedida

As buscas começaram ainda no sábado, mas as condições do rio dificultaram o trabalho dos mergulhadores. Por causa da pouca visibilidade e da profundidade de até 10 metros, as equipes concentraram os esforços em um raio de 100 metros ao redor do local do acidente.

Parentes e amigos acompanharam as buscas e, no domingo, se reuniram às margens do rio para fazer orações quando os corpos foram encontrados. O subtenente Ronivaldo dos Santos, da Polícia Militar, informou que Ricardo estava visivelmente abalado, mas sem ferimentos. “O Ricardo estava bem, não tinha nenhum machucado e queimaduras, mas ele estava emocionalmente abalado, chorando muito”, disse o militar.

Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Araguaína. Murilo foi sepultado no Cemitério Jardim das Paineiras, em Araguaína, nesta segunda-feira (13). Já o corpo de Idael foi encaminhado para Fortaleza dos Nogueiras (MA), onde vive a família.

Informações: G1 Tocantins

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