Pela primeira vez Censo traz dados sobre a comunidade quilombola

Foram necessárias várias décadas para que o primeiro estudo e pesquisa demográfico com a população quilombola fosse feito no Brasil. Pela primeira vez na história, o Censo, produzido pelo IBGE trouxe um levantamento de quem e onde está parte desse comunidade que faz parte dos povos originais.

“Os quilombolas são pessoas que são descendentes dos escravos fugitivos. Para se abrigar no período da escravatura brasileira, essas pessoas criavam comunidades chamadas de quilombos. É um povo que carrega muito da ancestralidade negra e dos povos indígenas”, conta o historiador Lucas Herzog.

O estudo feito pelo IBGE, envolve todo o Brasil e mostrou aspectos dos quilombolas tocantinenses. A população do estado é a segunda maior da região Norte, ficando atrás apenas do Pará. Hoje são 12.881 quilombolas com presença em seis municípios. Como a população do Tocantins está estimada em 1.511.459, equivale dizer que o percentual de quilombolas é de 0,85%.

O método realizado pelo IBGE foi o de autodeclaração. Logo, diante da entrevista com o agente censitário, o cidadão é livre para responder e informar como se identifica. Para traçar o perfil demográfico dessas comunidades. O IBGE identificou que a grande maioria dessa população não vive mais em territórios quilombolas.

Hoje são 1.328 vivendo nesses territórios, o que equivale a 10,3% do total. Os outros 11.553 estão vivendo em outras áreas.

“Diante desses números é preciso pensar: o que fez essa pessoa a sair da sua terra para viver em outra localidade. O território quilombola tinha toda a estrutura para que essa residência, essa tradição de estar com o povo unido fosse preservada? Quais políticas públicos foram implantadas para beneficiar essa população”, questiona o historiador.

Ao todo, dos 139 municípios, 22 tiveram moradores que se autodeclararam quilombolas, as cidades com maior número são:

Também chama a atenção o fato de que em algumas cidades quase metade dos habitantes se identificaram como quilombola.

“O que mais importa após a divulgação desses dados é quais serão as políticas públicas que serão realizadas para beneficiar esse povo? Com números e entendendo a quantidade dessa população e onde ela está inserida é hora de pensar em benfeitorias, de pensar em inclusão digital, segurança alimentar, saneamento básico, saúde, emprego”, pontua o historiador.

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