País tem mais de 9,6 milhões de jovens que estão sem estudar e trabalhar

No Brasil, há 9,6 milhões de jovens que não estão estudando nem trabalhando, o que representa quase um quinto (19,8%) da população entre 15 e 29 anos, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) Educação de 2023 divulgada pelo IBGE. Embora tenha havido uma redução nessa proporção ao longo dos anos, ainda é uma questão preocupante.

O relatório destaca que a situação dos jovens “nem-nem” é um reflexo das desigualdades persistentes no país. Apesar dos avanços no acesso à educação básica, muitos jovens enfrentam dificuldades para conciliar estudos e trabalho, principalmente devido à necessidade de sustentar a família ou de cumprir tarefas domésticas, especialmente entre as mulheres.


As mulheres são mais afetadas, representando mais de um quarto (25,6%) dos jovens nessa situação, enquanto entre os homens a proporção é menor, de 14,2%. Além disso, os jovens pardos e pretos são mais impactados, com mais de um quinto (22,4%) enfrentando essa realidade, em comparação com 15,8% dos jovens brancos.


O relatório também destaca que a faixa etária mais atingida é a de 18 a 24 anos, onde 24% dos jovens estão fora do mercado de trabalho e dos estudos. Especialistas apontam que o país conhece as soluções para esse problema, como a expansão da educação profissional técnica de nível médio e a integração da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com a educação profissional, mas essas ações ainda não foram totalmente implementadas.

Metas estabelecidas, como triplicar o número de matrículas na educação profissional técnica de nível médio até 2024, ainda estão longe de serem alcançadas, com apenas 2,4 milhões de matrículas criadas em vez dos 4,8 milhões planejados. A proporção atual de integração da EJA com a educação profissional também está aquém da meta, representando apenas 3,7% das matrículas.

Competição educacional incentiva empreendedorismo para os jovens

Considerada uma das maiores competições educacionais de empreendedorismo do Brasil, o Desafio Liga Jovem, um programa do Sebrae, em parceria com o Instituto Ideias do Futuro, está com as inscrições 2024 abertas no Tocantins em todo Brasil.

A competição terá quatro categorias com etapas estaduais, regionais e a etapa nacional, além de prêmios para os participantes. A expectativa do Tocantins é atender 150 equipes de estudantes.

A inciativa é voltada para jovens do Ensino Fundamental, Médio, Superior e Profissionalizante interessados em desenvolver suas competências em criatividade, inovação, planejamento, liderança, entre outras habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “

A analista do Sebrae Izana Assunção pontua que o Desafio Liga Jovem atende um pedido das instituições de ensino, que sempre solicitam metodologias inovadoras para complementar a experiência em empreendedorismo dos estuantes. “As inscrições estão abertas e para fortalecer o engajamento, faremos em maio um momento com os educadores do Estado no sentido de mobilizá-los para inserir este conteúdo no seu plano de aula, uma vez que, trata-se de 30 horas de capacitação em Educação Empreendedora”, enfatiza.

Ao longo de todo o ano, serão promovidas atividades presenciais e on-line, que incluem palestras, oficinas e sessões de mentoria aliadas a conteúdos didáticos sobre temas ligados à inovação e ao empreendedorismo com tecnologia. A ideia é que essa formação apoie a criação de soluções para problemas enfrentados por escolas e/ou comunidades em que os estudantes estão inseridos, envolvendo ferramentas tecnológicas, como aplicativos, sites, jogos eletrônicos, redes sociais, plataformas ou outras tecnologias.

Ao final, todos os participantes vão receber um certificado de conclusão do curso. Além disso, a premiação prevê a entrega de smartphone, notebooks e voucher de compra para os integrantes dos grupos vencedores e a participação em missões técnicas nacionais e internacionais aos primeiros colocados.

Quer participar? Os interessados já podem organizar as equipes e preencher os formulários de participação no site do Sebrae. (Ascom SEBRAE).

Desemprego entre jovens está acima da média nacional

Apesar das recentes reduções na taxa de desemprego em todas as faixas etárias, os jovens brasileiros continuam enfrentando desafios significativos para ingressar no mercado de trabalho, mesmo com o aumento dos níveis de escolaridade.

Segundo dados do IBGE, a taxa de desocupação entre brasileiros com idades entre 18 e 24 anos é de 18%, mais que o dobro da média nacional, que ficou em 8,7% no trimestre encerrado em setembro de 2023.

Esse índice é apenas superado pelo observado na faixa etária de 14 a 17 anos (31,7%), na qual é esperado que o desemprego permaneça em níveis elevados devido ao foco nos estudos e ao apoio financeiro dos familiares.

Conheça o programa Jovem Trabalhador

O Jovem Trabalhador é o maior programa de primeiro emprego da região Norte do Brasil e é desenvolvido pelo Governo do Tocantins, com o objetivo de inserir no mercado de trabalho 3 mil adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.


O programa é financiado com recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep-TO) e executado pela Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi).

O programa conta com 2.497 jovens trabalhando, sendo 1.612 mulheres, 846 homens, 48 pessoas com deficiência e 26 jovens cumprindo medidas socioeducativas.

As vagas continuam abertas e, para se inscrever no programa, é preciso acessar o site jovemtrabalhadorto.org.br e preencher a inscrição.

Podem participar jovens com idades entre 16 e 21 anos, que já concluíram ou estão cursando o ensino médio em escola pública ou que são bolsistas integrais em instituições particulares, regra que também se aplica em caso de o jovem ser estudante universitário.

A renda familiar do candidato deve ser de até dois salários-mínimos nacional ou meio salário-mínimo per capita. Além disso, a família deve estar preferencialmente inscrita em programas sociais do governo.

O programa disponibiliza cotas de 5% a 10% para Pessoas com Deficiência (PcD), sem exigência de idade máxima de 21 anos. Haverá, ainda, cotas para jovens do sistema socioeducativo e prioridade na contratação de jovens ribeirinhos, indígenas e quilombolas.

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