Operação “Falso Amigo” da PC-TO prende mais um faccionado responsável por crime de homicídio na Capital
Um homem de 29 anos, investigado pelo crime de homicídio que vitimou Charles da Silva Oliveira, de 40 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira, 24, em Cristalândia, pela equipe da 1ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP – Palmas). O crime ocorreu no dia 11 de janeiro de 2023, no Jardim Aureny III, em Palmas.
A investigação, conduzida pelo delegado Eduardo Menezes, apontou que o crime ocorreu dentro do contexto de disputa de poder entre facções criminosas e que os autores eram soldados importantes da facção à qual pertenciam e que tem ramificações por todo o país.
“Essa dupla de criminosos recebeu a missão de atentar contra a vida de um membro de uma organização criminosa rival. Charles, que era usuário e comprava drogas com ambas facções, tomou conhecimento desse plano de morte e resolveu alertar o traficante, do qual também era cliente, sobre tal movimento de emboscada contra ele. Esse alerta foi entendido como um ato de traição, por isso, Charles teve sua morte decretada”, explica o delegado.
Os autores, que se diziam amigos de Charles, organizaram uma confraternização na casa dele e, em determinado momento, o mataram em represália ao ato de traição.
O crime
As investigações iniciaram logo após a vítima ser encontrada morta no quintal de casa com uma faca cravada no peito. “Ao analisarmos a cena do crime, ficou claro que antes de ser morto, Charles lutou intensamente contra seus algozes, uma vez que havia inúmeras manchas de sangue espalhadas por vários cômodos da casa. Embora a vítima tenha sido encontrada com uma faca cravada no peito, o laudo cadavérico apontou que os autores do delito também fizeram uso de uma arma de fogo, atingindo a vítima com três disparos que o acertaram no braço e no tórax”, relata o delegado.
Após o crime, os autores saíram do local do crime utilizando o veículo da vítima, um Siena prata. O automóvel foi abandonado minutos depois, em frente a um condomínio conhecido vulgarmente como Carandiru, localizado no mesmo setor.
Imagens obtidas junto a um estabelecimento comercial mostram os passos seguintes da dupla criminosa, logo após o crime.
“Eles abandonam o veículo e seguem para um estabelecimento comercial com intuito claro de remover as manchas de sangue decorrentes do embate com a vítima. Lá pedem uma flanela ao caixa para limpar as mãos sujas de sangue. Um deles, percebendo que sua camisa estava com várias manchas de sangue, tira a camisa e a veste novamente do lado avesso. Eles chamam um carro por aplicativo e deixam o local”, informa o delegado.
Mais delitos
No dia 31 de janeiro, 20 dias após o crime, a dupla cometeu um roubo, sendo capturada no dia seguinte, 1º de fevereiro, o que impediu que os autores dessem sequência ao expediente de crimes previstos para o dia. Fatos comprovados a partir de conversas por meio de aplicativo de mensagens, interceptadas pela Polícia Civil.
“Nas conversas, é possível constatar a pressa de um deles em agilizar a nova empreitada criminosa. Ele estava com um usuário, fornecendo drogas para ele, no intuito de que o mesmo cedesse o carro para que a dupla pudesse praticar um novo ataque patrimonial”, destaca.
Nova Prisão
Ambos foram postos em liberdade no dia 14 de julho e desde então haviam deixado a Capital.
“Após definirmos a autoria do crime, representamos pela prisão preventiva da dupla de criminosos, a qual foi deferida logo após serem soltos. Iniciamos todo um trabalho investigativo para então localizarmos ambos novamente”, destaca.
O homem preso nesta quinta-feira, foi conduzido para a 1ª DHPP, onde será ouvido e, em seguida, encaminhado para unidade prisional de Palmas. As diligências continuam no sentido de localizar o segundo autor desse crime de homicídio.