Guardiões do Capim Dourado: Bombeiros combatem incêndio florestal próximo do Povoado Mumbuca

O Corpo de Bombeiros Militar está completando, nesta segunda-feira, 02, dez dias de participação na Operação Guardiões do Capim Dourado, criada pelo Governo do Tocantins para ampliar a segurança aos moradores do Jalapão, sobretudo aos quilombolas que cultivam o capim dourado e extraem dele sua subsistência. Uma das prioridades é o Povoado Mumbuca, em Mateiros, que, recentemente, teve todo o plantio destruído pelas chamas.

Com a Operação Guardiões do Capim Dourado, determinada pelo governador Wanderlei Barbosa, o CBMTO reforça ainda mais sua permanência na região. Há mais de quatro anos a corporação mantém equipe de prontidão em Mateiros, com equipamentos específicos para combate a incêndio em toda a região, fazendo rondas no circuito turístico do Jalapão e orientando moradores sobre prevenção às queimadas e a importância da abertura de aceiros nas proximidades dos plantios de capim dourado, o principal produto gerador de renda das comunidades tradicionais daquela região.

Bombeiros militares garantem presença no Jalapão para apoiar proteção das áreas com Capim Dourado. Foto: Luiz Henrique Machado
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“O Jalapão é peculiar até mesmo em sua vastidão, e sempre estivemos atentos a isso e às suas demais riquezas. É um ambiente que a nossa corporação conhece bem, por estarmos presentes com uma base operacional. O incidente no Mumbuca nos deixa ainda mais vigilantes, sobretudo com a Operação Guardiões do Capim-Dourado, nessa integração com a Polícia Militar e Naturatins em que, um órgão estará apoiando o outro para as eventualidades”, destacou o coronel Carlos Eduardo Farias, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar.

Mateiros, inclusive, conta também com as Brigadas Estadual e Municipal de Combate a Incêndios Florestais, e os moradores também celebram a criação da Operação como reforço na proteção dos campos de capim dourado.

“Nosso pão na mesa é o capim dourado, e essa queimada que aconteceu foi um baque muito grande pra gente. E o Corpo de Bombeiros é importante pra nós, é o nosso socorro”, comentou Zulmira Ribeiro da Silva, artesã e que mora há 35 anos no Povoado Mumbuca. “Obrigado pela preocupação de vocês, por nos auxiliar. Vocês estando aqui têm mais força e estamos mais protegidos”, completou a moradora.

O Povoado Mumbuca é uma referência para a cidade de Mateiros e está a cerca de 40 quilômetros um do outro. Local de moradia de centenas de quilombolas, Mumbuca é rota de passagem obrigatória dos turistas pelo Jalapão, que fazem suas compras de artesanato e também passam a conhecer mais sobre a comunidade.

“Com vocês aqui é bom para nos ajudar. É importante”, reconhece Adelsino Pereira Gomes, produtor rural e morador há 60 anos no povoado.

Moradora no Povoado Mumbuca há 35 anos, a artesã Zulmira Ribeiro também usa o Capim Dourado em suas artes como renda financeira. Foto: Luiz Henrique Machado

Incêndio Florestal

Com a estiagem na região, a vegetação tem tido muito acúmulo de massa seca, servindo de combustível nas queimadas. As savanas, uma das vegetações mais presentes no Jalapão, requerem ainda mais cuidados, pois é em área assim que o capim dourado nasce.

Contudo, nas proximidades do Povoado Mumbuca, na sexta-feira, 29, bombeiros militares atuaram em combate a incêndio em área à beira da rodovia que leva à Mateiros. O foco estava se alastrando quando a equipe chegou e debelou o foco que adentrava cerca de 100 metros na vegetação.

Operação Guardiões do Capim Dourado

A Operação Guardiões do Capim Dourado visa proteger as áreas com o plantio do produto que ajuda no sustento dos quilombolas e leva o nome do Tocantins para todo o país. Dela ainda fazem parte a Polícia Militar e o Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS). A PMTO realiza rondas pela região, protegendo moradores e a plantação do capim dourado.

Sobre o incêndio no campo conhecido como Caetano/Faveira, onde os quilombolas do Mumbuca faziam a colheita de capim dourado, cerca de 70 quilômetros de Mateiros, fiscais do Naturatins atuam na investigação da dinâmica do fogo, para determinar se a causa foi natural ou um ato criminoso.

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