Destino de Eduardo Siqueira está nas mãos do ministro Cristiano Zanin que já recebeu laudo médico
O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), completa nesta segunda-feira (7) dez dias detido no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Tocantins, ainda sem decisão favorável para a revogação da prisão preventiva ou concessão de domiciliar. No sábado (5), a junta médica composta por peritos da Polícia Militar concluiu as avaliações determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e encaminhou os laudos ao ministro relator do caso, Cristiano Zanin.
A junta médica foi responsável por analisar a condição física e psicológica do prefeito, que possui diversas comorbidades. Em entrevistas concedidas à imprensa, os advogados de defesa afirmaram que Eduardo sofre de problemas de saúde significativos, incluindo ausência do intestino grosso e uso de stents no coração. O laudo foi entregue diretamente ao STF, sem acesso prévio da defesa, e pode embasar eventual mudança no regime de custódia.
Ainda segundo a defesa, a permanência ou não de Eduardo Siqueira em regime fechado dependerá exclusivamente do conteúdo do laudo pericial.
Desde a prisão de Eduardo, a Prefeitura de Palmas passou a ser comandada interinamente pelo vice-prefeito, pastor Carlos Velozo (Agir).
Entenda a operação
A prisão preventiva de Eduardo Siqueira foi determinada no dia 27 de junho como parte da segunda fase da Operação Sisamnes, conduzida pela Polícia Federal. A investigação apura um suposto esquema de vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que teriam sido acessadas e compartilhadas de forma antecipada para beneficiar aliados políticos e frustrar ações da PF.
Além do prefeito, também foram presos o advogado Antônio Ianowich Filho e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz. O advogado Thiago Barbosa, sobrinho do governador do Estado, Wanderlei Barbosa (Republicanos), também é apontado como peça central do esquema, suspeito de repassar informações ao prefeito.
Segundo o MPF, Eduardo teria usado dados confidenciais para fortalecer sua rede de influência na política local. A primeira fase da operação ocorreu em 30 de maio, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete do gestor, que permaneceu no cargo à época. Após a prisão, foi oficialmente afastado.
A Prefeitura de Palmas tem reiterado que a investigação não envolve atos da gestão municipal.