O que se viu no comício da candidata do PL na noite desta terça-feira, 15, foi a militância já bem mais animada e empolgada. Por outro lado, o staff de Eduardo Siqueira que já estava cantando vitória, começou a se dar conta que não será tão fácil assim chegar lá.

Com isso, a ficha está tendo que começar a cair também na campanha do Eduardo Siqueira. Saiu da euforia de passar para o segundo turno, para uma realidade que se mostra não fácil como militantes e equipes esperavam.

Se por um lado Cinthia levou o PSDB para apoiar o Eduardo, a não ida do Júnior Geo (PSDB), cuja votação chegou perto dos votos do Eduardo, ofuscou a festa. Apesar de Cinthia jurar que os votos que Geo teve foram graças a ela, principalmente provenientes dos servidores públicos.

Traduzindo: Cinthia trata seus servidores como gado e faz deles massa de manobra. Exonerações e ameaças são comuns, mas "Mamis” como ela gosta de se intitular, jura que é boazinha, um amor de pessoa e que consegue transferir votos dos servidores para quem bem entender.

Cinthia parece ter esquecido da votação do Junior Geo em 2020, quando ele foi o 2º colocado contra ela mesma. Ou seja, está subestimando e desprezando aquele que até então era seu candidato. Aliás, parece que a Cinthia usou o Geo para fazer o Eduardo chegar ao segundo turno.

Tanto é que se a Cinthia tivesse votos dela mesma e não tivesse enfraquecido o Geo, ao deixar passar mais de 10 dias após a filiação, para assumir que ele era o seu candidato, e tivesse se esforçado um pouco mais, quem iria para o segundo turno seria o Geo e não o Eduardo.

A diferença entre Junior Geo e Eduardo Siqueira Campos foi de pouco mais de três pontos percentuais, com Geo com quase 29% e Eduardo com um pouco mais de 32%. Faltou ao Junior Geo uma leitura mais atenta do cenário. Ele foi usado. Mas ainda é jovem. Deve aprender com o tempo.

Ao não acompanhar a Cinthia no apoio ao Eduardo Siqueira neste segundo turno, é porque provavelmente Geo já fez esta leitura. E várias outras. Assim, como também deve estar consciente do passado tenebroso do Eduardo Siqueira, conhecido bem pelos que acompanham o cenário de perto.

Entre os candidatos a prefeito de Palmas, quem tem mais tempo de carreira política é o Eduardo Siqueira Campos, (foto). E depois da saída do Carlos Amastha, ele passa a ser o líder em rejeição do eleitorado. Tem telhado de vidro. E pelo histórico pessoal, não conseguiu aglutinar lideranças ao seu redor.

Carlos Amastha, que confundiu o calendário e achou que estava em 2012, já deve ter abandonado a camisa xadrez a essas alturas, quando pede votos para vereador da capital. Mas é bom que ele mire no exemplo de Marcelo Miranda, que achou que a eleição de deputado estava muito fácil, e ficou pelo 60º lugar, bem distante das 24 vagas na AL.

A palavra democracia não sai da boca dos políticos. Mas só serve quando a democracia é apenas para eles mesmos, e principalmente, para ser utilizada de forma desvirtuada quando se quer defender-se e atacar adversários. É um filme velho e repugnante, muito assistido no pais nos últimos anos, já que democracia é a palavra queridinha da turma da esquerda.

Não deixa de ser muito estranho que Palmas tenha apenas três nomes de candidatos competitivos a prefeito (são 4 no total), exatamente na primeira eleição da história da capital, que a disputa pode ser levada para segundo turno. Para citar a mais recente campanha, em 2020, a atual prefeita Cinthia Ribeiro disputou com mais 11 candidatos.

A cada eleição no Brasil, pode-se constatar que os políticos parecem disputar entre si um campeonato de “piores em tudo”, como disse o jornalista Mário Sabino. E ao eleitor, cabe escolher o menos pior. Pode se dizer que um dos grandes culpados é o próprio povo, e isso é um fato, de certa forma.

Mas a verdade é que, enquanto a impunidade campear, e os corruptos não pagarem por seus crimes, serem banidos da vida pública e o dinheiro não retornar aos cofres públicos, outro campeonato estará sendo disputado, o de ver quem rouba mais. A Operação Lava Jato foi um balsamo, mas foi assassinada, cremada, e nem as cinzas restaram.

O candidato a prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos também já moveu processos contra críticos em redes sociais, que o atacaram por suposto uso de drogas e corrupção. Dois desses processos tem os números: 5003492-59.2013.8.27.2740 e 0020711-96.2019.8.27.2729.