Brigadistas Xerente usam saberes tradicionais e tecnologia para proteger o Cerrado

A Associação dos Brigadistas Akwe Xerente (ABIX) iniciou o projeto “Fogo Sagrado: Comunicação e Saberes Indígenas na Prevenção e Combate aos Incêndios no Cerrado”, no Território Indígena Xerente, em Tocantínia (TO). A iniciativa utiliza conhecimentos tradicionais do povo Xerente para o manejo sustentável do território e o combate ao fogo, aliando comunicação, cultura e preservação ambiental. O projeto é financiado pelo edital Raízes e Labora, do Fundo Brasil de Direitos Humanos.

Capacitação em design e comunicação

Como parte da primeira etapa de formação, foi realizada no último sábado uma oficina de design gráfico com o aplicativo Canva, ministrada pelo jornalista e designer Cristiano Viana, na Aldeia Cachoeirinha, sede da ABIX. O curso capacitou jovens e adultos da comunidade para criar campanhas educativas e conteúdos digitais sobre prevenção de queimadas e valorização da cultura Xerente.

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“Fiquei muito feliz com o envolvimento do grupo. O Canva é uma ferramenta acessível, que permite transformar ideias em peças criativas e educativas. Ver o interesse dos alunos em usar o design como forma de valorizar sua própria cultura e divulgar as ações da ABIX é inspirador”, afirmou o ministrante Cristiano Viana.

Fortalecimento do protagonismo indígena

A presidente da ABIX, Ana Shelley Rodrigues Barboza Xerente, destacou que o projeto é um marco na comunicação ambiental indígena. “A ABIX nasceu do trabalho dos nossos brigadistas, homens e mulheres Xerente que protegem o Cerrado e cuidam do nosso território com sabedoria ancestral. O projeto Fogo Sagrado vem para ampliar nossas vozes, mostrando que o combate ao fogo também passa pela comunicação”, afirmou.

Criada em 2014, a associação conta com 72 brigadistas, sendo 29 mulheres, e atua combinando técnicas modernas de combate ao fogo com práticas tradicionais e ações de educação ambiental.

Tradição e tecnologia

O participante Jonas Xerente ressaltou a importância de unir tecnologia e cultura na formação. “Eu sempre quis aprender mais sobre como criar posts e mostrar o que a gente faz aqui na aldeia. Agora, com o Canva, posso ajudar a divulgar o trabalho da brigada e também mostrar a beleza da nossa cultura”, disse.

Além das oficinas de design, o projeto prevê capacitações em audiovisual e produção de vídeos com celular, além da criação de campanhas digitais sobre racismo ambiental e justiça climática. Ao longo de 12 meses, serão produzidos vídeos educativos e materiais informativos sobre o manejo sustentável do fogo e a preservação do Cerrado.

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