Tocantinense integra comissão que escolherá filme brasileiro para o Oscar 2026

A cineasta tocantinense Eva Pereira foi escolhida para compor a comissão que selecionará o filme brasileiro que disputará vaga na categoria de Melhor Filme Internacional do Oscar 2026. O anúncio foi feito na sexta-feira (11) pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, que definiu a comissão formada por 15 membros — entre eles 12 eleitos pelos sócios da entidade e três convidados especiais: o ator e diretor Lázaro Ramos, a produtora Sara Silveira e a jornalista e crítica de cinema Simone Zuccolotto.

Representatividade e origem

Natural da zona rural do interior do Tocantins e fundadora da produtora Cunhã Porã Filmes, Eva considera a indicação um símbolo de representatividade. “Sou filha do mato, mulher preta, do Norte do Brasil. Cresci entre roças e rios, onde o cinema parecia algo muito distante. Ser escolhida para compor essa comissão é algo que jamais imaginei quando comecei. É uma honra enorme e, acima de tudo, um símbolo de que outras meninas como eu podem chegar também. Estou muito feliz por mim, mas ainda mais por quem me fez chegar onde cheguei, o trabalho árduo e incansável dos meus pais”, afirmou.

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Carreira e produções premiadas

Com mais de 20 anos de trajetória no audiovisual, Eva construiu carreira marcada por narrativas sobre ancestralidade, território e identidade. Seu longa “O Barulho da Noite”, lançado em 2024, circulou por oito países, conquistando dez prêmios internacionais. Ela também dirigiu conteúdos para plataformas de streaming, como episódios para as séries “Minha Música, Minha Terra” (Disney+) e “La música está servida” (Disney+), além de ter o documentário “O Mistério de Nhemyrõ” disponível na Prime Video.

“Fazer parte da comissão que vai escolher o filme que levará o Brasil a essa vitrine global é uma responsabilidade imensa”, destacou Eva, que vê o audiovisual como instrumento de transformação social. “Eu estou muito feliz de poder mostrar para o mundo as histórias que eu defendo e mais ainda por estar nessa comissão ao lado de tanta gente que eu admiro, como Marcelo Serrado e Cibele Amaral.”

A presença de Eva representa um avanço na descentralização do cinema nacional, ampliando o espaço de artistas que atuam fora dos grandes centros. Segundo ela, o trabalho da Cunhã Porã Filmes busca justamente dar visibilidade a histórias e realidades que permanecem pouco exploradas na cinematografia brasileira.

Atualmente, Eva se prepara para dirigir o longa de ficção “Luzilia – O Sertão em meus Olhos” e produz as obras “Morango do Norte” (ficção) e “Ilha do Bananal – A Morte das Águas” (documentário). Fundada em 2016, a Cunhã Porã Filmes é reconhecida pelo alcance internacional de suas produções e por projetos voltados à valorização da identidade cultural amazônica e ao impacto social.

Informações: Cinthia Gomes de Abreu

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