Parlamentares receberam R$ 100 milhões em reembolsos médicos; Célio Moura é destaque no ranking
Levantamento do UOL divulgado nesta sexta-feira, 20, revelou que deputados e senadores receberam mais de R$ 100 milhões em reembolsos médicos nos últimos seis anos. Mesmo tendo acesso a planos de saúde de alto padrão e atendimento em hospitais privados, os parlamentares contam com o benefício quase ilimitado, custeado com recursos públicos. A reportagem foi assinada pelas jornalistas Julia Affonso, Letícia Casado e Carolina Nogueira.
Um ranking do UOL listou somente os dez deputados que mais receberam reembolsos, entre eles o ex-deputado federal Célio Moura (PT-TO), único representante do Tocantins, que aparece na quarta posição com R$ 875.888,66 ressarcidos. Ao UOL, Célio Moura afirmou que os valores estão relacionados a um grave acidente automobilístico ocorrido em 2021, que resultou na morte de seu irmão.
Ele contou ter sido transferido de Araguaína (TO) para o hospital DF Star, em Brasília, por meio de UTI aérea, já que o hospital não aceitava seu plano de saúde. Segundo Moura, a bancada do PT solicitou à Câmara que arcasse com os custos, pois, na época, devido à pandemia de covid-19, não havia vagas disponíveis nos hospitais públicos da capital federal.
A lista é liderada por Tereza Nelma (PSD-AL), que recebeu R$ 2.069.105,07 em reembolsos, seguida por Damião Feliciano (União-PB) e José Carlos Schiavinato (PP-PR).
Veja os 10 maiores beneficiários:
- Tereza Nelma (PSD‑AL) – R$ 2.069.105,07
- Damião Feliciano da Silva (União‑PB) – R$ 1.764.193,89
- José Carlos Schiavinato (PP‑PR) – R$ 1.689.348,02
- Célio Moura (PT‑TO) – R$ 875.888,66
- João Campos de Araújo (Republicanos‑GO) – R$ 767.180,12
- Nilson Pinto de Oliveira (PSDB‑PA) – R$ 735.412,68
- Elcione Barbalho (MDB‑PA) – R$ 698.138,90
- Haroldo Cathedral (PSD‑RR) – R$ 660.070,72
- Paulo Folletto (PSB‑ES) – R$ 653.556,95
- Claudio Cajado (PP‑BA) – R$ 612.936,53
A reportagem do UOL destaca a falta de critérios e transparência relacionadas aos pedidos de reembolso dos parlamentares. Segundo a Câmara Federal, cada nota de reembolso apresentada por deputados não pode ultrapassar R$ 135,4 mil. No entanto, não há limite para a quantidade de pedidos.
Outro ponto crítico apontado pela reportagem do UOL é a falta de transparência nas informações sobre os gastos. A Câmara não divulga detalhes sobre os procedimentos realizados nem os locais de atendimento, alegando necessidade de proteção de dados pessoais e sigilo médico. No Senado, não é informado quais parlamentares solicitaram reembolso, apenas o valor total pago.