Fila em creches afeta 2.300 crianças em Palmas; MP move ação contra a Prefeitura

Mais de 2.300 crianças aguardam vagas em creches e pré-escolas em Palmas, segundo dados do Ministério Público do Tocantins (MPTO), que move uma ação civil contra o poder público municipal por omissão e descaso no cumprimento de uma decisão judicial que obriga a ampliação do atendimento na educação infantil. A situação, às vésperas do Dia das Mães, escancara os impactos diretos da falta de estrutura pública sobre a vida de mulheres e famílias da capital.

“O município tem o dever jurídico de garantir a vaga em creche desde o nascimento da criança. Trata-se de uma obrigação que pode ser exigida judicialmente”, afirma o promotor de Justiça Sidney Fiore Júnior. A afirmação reforça a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconhece o acesso à educação infantil — desde a creche — como um direito fundamental da criança e dever do Estado.

Posicionamento de Ministério Público

Anúncio no meio do texto

Desde 2014, o MPTO move uma ação civil pública exigindo que o município de Palmas crie novas vagas e apresente um plano de expansão da rede. Embora a Justiça tenha emitido uma sentença favorável em 2016, grande parte das determinações ainda não foi cumpridas. De forma reiterada, o Ministério Público vem cobrando a adoção de medidas concretas para sanar o déficit.

A realidade nas filas por creche é sentida, sobretudo, pelas mães. Nilviane Martins Gualberto, 30 anos, empregada doméstica, relata o dilema cotidiano enfrentado por sua família. Com cinco filhos, ela não conseguiu vaga para duas crianças e precisou tomar uma decisão drástica: o pai dos meninos abandonou o trabalho para cuidar deles. “É um cobertor curto: se eu arrumo um lado, prejudico o outro”, desabafa. Nilviane já cogita tirar os filhos mais velhos da escola em tempo integral para que ajudem com os irmãos menores.

Ações em outros municípios

Além de Palmas, o MPTO atua em outros municípios do estado para garantir o direito à educação infantil. Vistorias realizadas em cidades como Arraias e Paranã revelaram problemas como transporte escolar inadequado, falta de profissionais e obras de escolas paralisadas.

O órgão também acompanha iniciativas do Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica, com o objetivo de garantir a conclusão de unidades inacabadas. “Priorizar a educação infantil é investir no futuro da criança e, consequentemente, de toda a sociedade. Além disso, é oferecer às mães o suporte necessário para que possam buscar sua autonomia financeira e pessoal”, reforça o promotor Sidney Fiore.

Informações: Ministério Público do Tocantins

Leia também

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais