Tocantins reduz homicídios e se torna o 2º estado mais seguro da região Norte

O Tocantins aparece como o segundo estado mais seguro da Região Norte no Anuário Cidades Mais Seguras do Brasil 2025, elaborado pela MySide com base em dados oficiais do Ministério da Saúde e do IBGE. No recorte municipal, foram avaliadas Palmas e Araguaína, únicas cidades tocantinenses com mais de 100 mil habitantes.

A análise dialoga diretamente com o trabalho das Divisões Especializadas de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPPs), responsáveis pela investigação, elucidação e responsabilização dos autores de crimes dolosos contra a vida. Em cidades que contam com unidades especializadas, o impacto da investigação qualificada se traduz na redução de homicídios e no aumento das taxas de elucidação.

Para o Sindepol/TO, os resultados reforçam a centralidade do trabalho conduzido pelas equipes das DHPPs. O presidente da entidade, delegado Emerson Moura, afirma que a queda da violência letal no estado está diretamente ligada à atuação técnica e contínua dos profissionais que conduzem as investigações.

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“Cada homicídio elucidado representa um ciclo de violência interrompido. Quando delegados, agentes e escrivães conseguem identificar autores e efetivar prisões qualificadas, evitam novas mortes e entregam segurança real à sociedade. Esse resultado também reflete o direcionamento estratégico do secretário de Segurança Pública, Dr. Bruno Azevedo, que determinou foco no combate às facções criminosas do Estado, um trabalho que tem impacto direto na redução dos índices de homicídio e na desarticulação de redes de criminalidade”, ressalta.

Palmas

O delegado Guilherme Coutinho Torres, titular da 1ª DHPP de Palmas, explica que os resultados positivos são consequência de um processo de fortalecimento iniciado nos últimos anos. A repressão qualificada aos homicídios ligados à disputa entre organizações criminosas reduziu significativamente esse tipo de crime na capital.

Além disso, segundo o mesmo anuário, Palmas é a capital mais segura do Norte, ocupando o melhor posicionamento entre as cidades da região avaliadas no ranking de capitais.

“Em Palmas, tivemos um pico de homicídios em 2023. A partir dali, com investigações direcionadas e prisões de indivíduos reincidentes, 2024 já mostrou melhora e 2025 tende a ser ainda melhor. A investigação e a retirada desses autores do convívio social impedem novas ocorrências e interrompem dinâmicas de retaliação, o que acaba criando um ciclo virtuoso de prevenção”, destaca.

O delegado reforça ainda que a segurança da população depende da colaboração com a polícia. “A elucidação de homicídios exige dedicação técnica e confiança das testemunhas. Esse vínculo é essencial para responsabilizar autores e reduzir a violência letal”, conclui.

Araguaína

O delegado Breno Eduardo Campos Alves, titular da 2ª DHPP de Araguaína, destaca que as cidades tocantinenses com delegacias especializadas alcançam índices de elucidação muito superiores à média nacional.

“Enquanto a taxa de elucidação do país está em torno de 37%, nas cidades com DHPP no Tocantins podemos chegar a 70% ou 80%. Isso demonstra o impacto direto das investigações especializadas na redução da violência letal”, explica.

Ele ressalta que uma decisão administrativa contribuiu para esse resultado. “A cúpula da Polícia Civil manteve o efetivo das DHPPs mesmo diante do déficit geral de servidores, garantindo continuidade do trabalho e respostas rápidas nas investigações.”

O maior desafio, segundo o delegado, continua sendo a atuação de facções criminosas, que intimida moradores e dificulta depoimentos. Ainda assim, a continuidade do trabalho técnico tem permitido manter avanços consistentes.

Informações: Gabriela Souza/Ascom Kiw 

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