Sintet denuncia exoneração arbitrária de professor indígena

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), por meio da Regional de Palmas, manifestou nesta semana indignação diante da ameaça de exoneração do professor indígena Wagner Katamy Ribeiro da Silva Krahô Kanela, servidor concursado da rede estadual de ensino. O caso está relacionado a supostas faltas injustificadas durante o estágio probatório do educador, que também é cacique da Aldeia Catamyé, no município de Goiatins.

A equipe jurídica do Sintet contesta a medida e apresentou defesa administrativa para tentar impedir o desligamento. Segundo o sindicato, as ausências atribuídas ao professor ocorreram em função de dificuldades logísticas relacionadas à sua alocação fora da comunidade de origem, além de participações em eventos institucionais voltados à educação indígena e em missões internacionais representando o Tocantins.

Alegações e contexto

Anúncio no meio do texto

De acordo com o Sintet, o professor Wagner enfrentou obstáculos para transferência à aldeia Krahô Kanela por falta de vagas compatíveis com sua realidade cultural. Além disso, participou de atividades promovidas pela própria Secretaria de Educação e outras entidades públicas, que — segundo a defesa — justificariam suas ausências.

“O professor Wagner agiu amparado por suas responsabilidades como cacique e representante de sua comunidade, além de estar comprometido com as demandas educacionais do Estado. É inadmissível que um professor tão comprometido seja penalizado por esse contexto”, afirmou a presidenta da Regional de Palmas do Sintet, Rose Marques.

O sindicato considera que a possível exoneração representa uma postura excludente do Estado diante das especificidades culturais dos povos indígenas, desconsiderando a contribuição do educador para a valorização da educação diferenciada.

Defesa jurídica e posicionamento do sindicato

O Sintet afirma que Wagner Katamy sempre atuou com boa-fé, e que desempenha papel relevante na preservação e na promoção da cultura Krahô Kanela. A entidade também cobra que o caso seja analisado com sensibilidade e compreensão da realidade indígena.

É necessário respeitar a realidade cultural e social dos povos originários. Exonerar o professor Wagner é ignorar décadas de lutas pela valorização da educação indígena no Tocantins”, completou Rose Marques.

O sindicato diz manter o acompanhamento jurídico do caso e reforça que continuará cobrando políticas públicas inclusivas para garantir a permanência de profissionais indígenas no serviço público. Até o momento, não houve manifestação pública da Secretaria de Estado da Educação sobre o caso.

Informações: Sintet

Leia também

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais