SES-TO orienta população sobre sintomas e tratamento em casos suspeitos de intoxicação por metanol
A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) divulgou orientações sobre os sintomas e o tratamento da intoxicação por metanol, após o registro do primeiro caso suspeito no Tocantins, ocorrido em Palmas na última quinta-feira (15). O órgão informou, em nota enviada ao Jornal Primeira Página, que o paciente segue internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) sob acompanhamento médico.
De acordo com a secretaria, o homem relatou ter consumido bebida destilada em casa, antes de apresentar sintomas como náuseas, vômitos, dores, falta de ar e visão turva. Ele segue em observação, com quadro estável, aguardando resultados laboratoriais específicos para confirmação da presença da substância no organismo. Durante a internação, são realizados exames de rotina e testes específicos, com resultados previstos para até sete dias úteis.
Conduta médica e tratamento
A SES-TO informou na nota que, diante de casos suspeitos, o protocolo de atendimento prevê a hospitalização imediata do paciente. A conduta médica pode variar desde hidratação intravenosa até hemodiálise, conforme a gravidade do quadro clínico.
O tratamento é feito nas unidades hospitalares de referência, utilizando antídotos como etanol ou fomepizol, além de medicações de suporte e monitoramento contínuo das funções vitais.
Essas substâncias atuam bloqueando a enzima responsável por transformar o metanol em compostos tóxicos, como o formaldeído e o ácido fórmico, que causam danos graves ao sistema nervoso e à visão.
Enquanto o etanol compete com o metanol no metabolismo do corpo, reduzindo a formação de substâncias nocivas, o fomepizol tem ação mais direta e segura, sendo usado em ambiente hospitalar quando disponível.
A secretaria reforça que todos os hospitais públicos do Estado estão orientados a identificar precocemente os sintomas e seguir as diretrizes do Ministério da Saúde, conforme a Nota Técnica Conjunta nº 376/2025, que estabelece protocolos para atendimento, notificação e investigação de intoxicações relacionadas a bebidas adulteradas.
Sintomas e riscos
A ingestão de metanol pode causar dores de cabeça intensas, tontura, náusea, vômitos, dor abdominal, fraqueza, falta de ar, visão turva e confusão mental. Em casos graves, os efeitos incluem cegueira, convulsões, coma e insuficiência respiratória.
O metanol é uma substância usada na indústria como solvente e combustível, sendo tóxica para o consumo humano. Casos de intoxicação geralmente estão ligados ao uso de bebidas alcoólicas adulteradas, em que o metanol é adicionado irregularmente para baratear o custo da produção.
A SES-TO e o Ministério da Saúde alertam a população para evitar o consumo de bebidas sem registro sanitário ou de origem desconhecida e, diante de sintomas suspeitos, procurar imediatamente um serviço de saúde de referência.
A Secretaria informou ainda que mantém equipes de Vigilância em Saúde, Vigilância Sanitária, Atenção Especializada e o Laboratório Central (Lacen-TO) em articulação para monitorar o caso e garantir resposta rápida a possíveis novas ocorrências.
O órgão reforçou que o episódio está sendo tratado com prioridade e que todas as medidas preventivas foram repassadas aos 139 municípios tocantinenses, para garantir a detecção precoce de qualquer suspeita.