Secretaria de Educação ignora ameaça de morte e nega transferência de aluna que intimidou professora em Palmas

A recusa da Secretaria Regional de Educação (SRE) de Palmas, vinculada à Secretaria de Estado da Educação (Seduc-TO), em autorizar a transferência de uma aluna que ameaçou de morte uma professora revoltou a comunidade escolar e foi denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), na úlltima quinta-feira (8).

Segundo o sindicato, a decisão da Secretaria representa um grave descaso com a segurança dos profissionais da educação e uma afronta à autonomia das escolas. Por receio de possíveis represálias, o nome da unidade de ensino foi mantido em sigilo.

O caso ocorreu após a professora intervir no uso indevido de celular durante uma prova. Em reação, a aluna a ameaçou de morte. Diante da gravidade, o Conselho Escolar da unidade de ensino decidiu pela transferência da estudante — medida prevista no Regimento Interno da escola em situações extremas. No entanto, a SRE-Palmas negou a transferência, alegando que o regimento de 2024 não contemplaria esse tipo de ação.

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O Sintet contesta a justificativa e afirma que o regimento vigente ampara a medida adotada pelo Conselho. Para o sindicato, a postura da Secretaria demonstra negligência institucional.

“É com profunda indignação que vemos a SRE-Palmas/SEDUC-TO se omitir diante de uma situação tão grave, obrigando a escola a receber novamente a estudante como se nada tivesse acontecido. Isso coloca em risco a saúde física e emocional dos profissionais”, declarou Fábio Lopes, presidente do Sintet Regional Palmas.

Em resposta, o sindicato formalizou denúncia ao Ministério Público do Tocantins (MPTO), cobrando providências imediatas para assegurar a integridade da professora ameaçada e da comunidade escolar. O Sintet também revelou um novo episódio de intimidação: o pai da aluna teria comparecido à escola e gravado os professores em sala de aula, em atitude considerada ameaçadora e constrangedora.

Diante da escalada de tensões, o Sintet exigiu:

  • Reconhecimento imediato da decisão do Conselho Escolar;
  • Autorização da transferência da estudante;
  • Respeito à autonomia da escola e aos profissionais;
  • Apuração da conduta da SRE-Palmas/Seduc-TO;
  • Garantia de segurança integral à professora e aos demais servidores da unidade.

A entidade reafirmou seu compromisso com a defesa dos trabalhadores da educação e destacou que não tolerará omissão, autoritarismo ou violência institucional contra os profissionais da rede estadual.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Educação do Tocantins (Seduc-TO) e aguarda posicionamento sobre o caso. Assim que a resposta for enviada, este conteúdo será atualizado.

Ameaça contra professora em Guaraí

Uma professora da rede estadual de ensino de Guaraí-TO foi agredida fisicamente por uma aluna dentro da Escola Estadual Raimundo Alencar Leão em abril deste ano. A docente, Andreia Valadares Pinto, registrou boletim de ocorrência relatando que foi empurrada e atingida com um soco no braço ao tentar impedir que a estudante deixasse a sala de aula.

Além da agressão física, a aluna teria ameaçado a professora, afirmando que “iria furá-la com um canivete” fora do ambiente escolar. A vítima, em estado de choque, declarou não ter condições de continuar lecionando para a turma.

A denúncia veio à tona no mesmo dia em que o sindicato lançou uma campanha nas redes sociais incentivando educadores a denunciarem qualquer tipo de violência nas escolas.

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