Projeto reúne grafiteiras e estudantes para transformar escolas com arte
Estudantes e grafiteiras transformaram escolas públicas de Palmas com murais artísticos criados a partir de desenhos feitos por alunas do ensino médio, durante ações realizadas entre os dias 25 de maio e 1º de junho nas regiões norte e sul da capital. A iniciativa faz parte do projeto Bela Escola – A Arte do Graffiti 2025, que promove a valorização da cultura local e o protagonismo feminino por meio da arte urbana.
A ação ocorreu na Escola Estadual Vale do Sol, nos dias 25 e 26 de maio, e no acontece Colégio Estadual Criança Esperança, nos dias 31 de maio e 1º de junho. Cada mural foi baseado em desenhos elaborados por alunas das próprias instituições, selecionados por meio de um concurso com o tema “valorização da mulher na história do Tocantins e representação da biodiversidade”. As estudantes participaram ativamente da pintura dos murais, ao lado das artistas convidadas.
Coordenado pela grafiteira Ludbird, o projeto conta com a participação das artistas Omanna, Catau, Leoa do Norte, Liege e Adriana Weber. A iniciativa é financiada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, por meio do Ministério da Cultura e Governo Federal, com apoio da Secretaria de Cultura do Tocantins.
Impacto visual e social nas escolas
Na Escola Estadual Vale do Sol, a diretora Kátia Macedo destacou o impacto da arte no ambiente escolar. “Vai ser um impacto quando os alunos chegarem e verem a escola assim. Quando a gente falou do projeto, muitos não tinham noção da magnitude. São imagens maravilhosas, indígenas, figuras da cultura tocantinense, e tudo com muito respeito ao espaço escolar”, afirmou. Para ela, o envolvimento das alunas também foi um diferencial importante: “As alunas que participaram do concurso agora têm uma chance real de expandir seus talentos. Elas viram que têm habilidade, e isso puxa outras. Vão se tornar multiplicadoras.”
Uma das estudantes selecionadas, Angélica Ribeiro, de 16 anos, do segundo ano do ensino médio, contou que a experiência foi transformadora. “Eu saltei quando soube que meu desenho tinha sido escolhido! Foi a primeira vez que participei de uma pintura assim, e ainda com grafite, que era algo muito distante da minha realidade. Eu quero cursar Artes Visuais, e isso foi uma oportunidade enorme”, disse. “Me senti muito confortável com a equipe, principalmente por ser toda formada por mulheres. A temática do Cerrado me inspirou, e acho que combinou muito com a escola.”

Acessibilidade e inclusão são prioridades
No Colégio Estadual Criança Esperança, a professora e coordenadora de Linguagens, Michele Marques dos Santos, ressaltou a relevância do projeto em uma escola bilíngue e inclusiva. “Já tivemos experiências com grafite antes, mas essa é ainda mais especial porque as alunas participam de tudo, desde o desenho até a pintura. Isso estimula a criatividade, o senso de pertencimento e ainda deixa a escola mais bonita e acolhedora.”
O projeto também incorporou medidas de acessibilidade. As apresentações contaram com intérprete de Libras, além de acompanhamento para alunas com deficiência durante as oficinas. Os murais receberam recursos de audiodescrição e resumos em braile, acessíveis por QR Code instalado nas escolas.
“É muito bom ver arte com essa qualidade e esse respeito dentro do espaço escolar. Toda escola merecia ter algo assim”, concluiu a diretora Kátia Macedo.
O andamento do projeto pode ser acompanhado pelo Instagram: @belaescola_.