PMs da Rotam e Guarda Metropolitano foram alvos de operação nesta terça por forjar a morte de homem em Palmas

Na manhã terça-feira, 15, a Polícia Civil do Tocantins cumpre 14 mandados de busca e apreensão contra cinco policias militares suspeitos de simular uma troca de tiros em Palmas e que resultou na morte de Jaimeson Alves da Rocha, 35 anos, em junho deste ano.

De acordo com informações repassadas pela Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, o grupo de policiais da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) teria forjado a troca de tiros para justificar a execução de Jaimeson Alves da Rocha, de 35 anos, no Jardim Aureny III, região sul de Palmas.

Os policiais supostamente plantaram uma arma próximo à vítima para criar a aparência de um confronto. Ainda conforme a Secretaria de Segurança Pública, o “farto material coletado e a riqueza de detalhes repassados por testemunhas, somadas às condições estruturais da oficina, não contribuíram para que a versão contada pelos policiais militares e o guarda metropolitano fosse considerada crível.”

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A Justiça do Tocantins afastou os cinco policiais militares e mais um guarda metropolitano de Palmas de suas funções. Os agentes também estão proibidos de portar armas de fogo, acessar as dependências do quartel e uso obrigatório de tornozeleira eletrônica.

As investigações também levantam a suspeita de que dois dos policiais, que ingressaram na PM em 2022, podem ter participado do crime como parte de um “ritual de batismo” após a formatura em um curso da Rotam.

Homicídio

O homicídio ocorreu em uma oficina mecânica na Avenida Goiás, no bairro Aureny III, na manhã do dia 18 de junho deste ano. A vítima, Jaimeson Alves da Rocha, de 35 anos, parou no local para consertar a moto e foi abordada pelos militares. Seis tiros foram disparados, três dos quais atingiram Jaimeson.

Investigações indicam que, em novembro de 2023, Jaimeson se envolveu em uma briga com militares e foi baleado. Ele foi preso e, logo após, começou a ser monitorado por um policial da inteligência do Batalhão de Choque e por um guarda municipal, que acessava o sistema de câmeras da prefeitura para fornecer informações sobre a rotina da vítima.

Investigação do Caso

A Polícia Civil tocantinense detalhou como tudo aconteceu. Em poucos minutos, os três policiais da ROTAM chegam ao local, pedem para que o mecânico saia e adentram o interior do imóvel. A proprietária da oficina, que está no interior do estabelecimento, também é convidada a se retirar e, segundo seu relato, antes de sair ela viu que Jaimeson, já devidamente revistado pelos policiais, estava de frente para os mesmos com as mãos para cima, completamente rendido.

Ao sair, a proprietária se depara com o guarda metropolitano que está na calçada próxima e lhe faz alguns questionamentos sobre a vítima. Na sequência, a mulher corre ao ouvir disparos de arma de fogo.

Toda a abordagem é acompanhada de perto pelo policial da inteligência do BPChoque. Vale ressaltar que tanto o agente de inteligência quanto o guarda aparecem nas imagens passando em frente à oficina com veículos descaracterizados, antes mesmo da chegada dos demais militares. Além disso, ao agente da guarda coube o papel de afastar ainda mais o jovem mecânico e a proprietária do estabelecimento comercial.

Nas imagens é possível observar que o militar que atua na inteligência verifica se o local tem câmeras próximas que possibilitasse ver o interior da oficina com mais precisão. Também é possível ver o guarda metropolitano controlando o tráfego de veículos na via após os disparos.

O laudo cadavérico aponta que Jaimeson foi atingido por dois disparos, sendo dois no tórax que ficaram alojados no corpo e um no ombro, que foi transpassado ficando o projétil fixado na parede. Na parede da oficina foram encontrados outros três projéteis que correspondem ao segundo bloco de tiros, cujos disparos teoricamente teriam sido feitos pela vítima.

A referida arma foi periciada pelo Laboratório de Genética da Polícia Civil do Tocantins que constatou que o contato de Jaimeson com a arma de seu de maneira forçada e quando já estava sem vida. Na arma, especificamente no gatilho, foram encontrados DNA da vítima e mais duas pessoas, reforçando a tese de que a arma foi manuseada por outra pessoa e, portanto, plantada no local do crime.

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