Pesquisa mostra que 72% das empresas não estão prontas para a reforma tributária

A menos de dois meses da entrada em vigor da primeira fase da Reforma Tributária, 72% das empresas brasileiras de médio e grande porte ainda não estão prontas para se adaptar às novas regras, segundo levantamento da empresa de tecnologia V360, que ouviu 355 companhias dos setores de varejo, indústria, construção civil, agronegócio e tecnologia. As mudanças passam a valer em 1º de janeiro de 2026 e exigem reestruturação interna imediata para evitar prejuízos.

O estudo indica que a redefinição dos tributos sobre consumo e os novos modelos de recolhimento tornam urgente que empresários realizem diagnósticos antecipados do sistema fiscal. Sem esse planejamento, especialistas afirmam que empresas podem enfrentar impacto direto nas margens de lucro, riscos jurídicos e desorganização financeira.

A contadora e especialista em planejamento tributário da Aliança Assessoria Contábil e Financeira, Andressa Garcia, reforça que a preparação é decisiva. “Muitos empresários ainda não perceberam que a Reforma vai muito além dos ajustes operacionais. Ela marca uma virada decisiva na forma como os negócios irão se estruturar financeiramente. Por isso, o momento exige ação imediata”, afirmou. Para ela, a ausência de planejamento pode “custar caro” e comprometer a sustentabilidade dos negócios.

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Segundo Andressa, o contador passa a exercer papel estratégico na revisão de contratos, margens, regimes tributários e até no desenho societário das empresas. “O contador passa a atuar como um verdadeiro estrategista fiscal”, destacou.

O que especialistas orientam as empresas a fazer imediatamente

A recomendação é que empresas busquem apoio técnico para:

  • Identificar todos os tributos envolvidos nas operações;
  • Simular as novas alíquotas e os impactos nas margens de lucro;
  • Avaliar oportunidades de reorganização societária e fiscal;
  • Revisar processos internos, como compras, vendas e precificação;
  • Checar necessidade de migração entre regimes tributários.

O que muda com a nova estrutura tributária

A regulamentação da Reforma, prevista para ser concluída até o fim deste ano, traz mudanças estruturais:

  • Substituição de ICMS, ISS, PIS e Cofins por dois novos tributos: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços);
  • Alterações na apropriação de créditos tributários, com efeitos sobre o fluxo de caixa;
  • Novas bases de cálculo para margens de lucro e preços;
  • Extinção de diversos regimes especiais hoje aplicados a setores específicos.

Nova fase exige reorganização

Para especialistas, a Reforma Tributária de 2026 representa um divisor de águas para o ambiente de negócios no país. Ao mesmo tempo em que cria um sistema mais linear, exige readequações que podem redefinir a competitividade das empresas.

O grau de preparo e a agilidade na reorganização fiscal serão determinantes nos próximos meses. Segundo Andressa, o momento é decisivo: com planejamento adequado e contabilidade estratégica, empresas podem transformar riscos em oportunidades e ganhar vantagem competitiva no novo cenário tributário.

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