Operação revela que servidora de unidade penal em Paraíso exigia dinheiro de familiares de detentos em troca de favores
Uma servidora comissionada de 58 anos, lotada na Unidade Penal Regional de Paraíso, foi alvo da Operação Profanum, deflagrada nesta quarta-feira, 19, pela Polícia Civil do Tocantins. A investigação revelou que a servidora usava seu cargo para solicitar e receber valores indevidos de presos e seus familiares.
Conforme as investigações, a mulher, que não teve a identidade revelada, cobrava dinheiro de familiares para a compra de medicamentos e para a realização de eventos, como festas e jantares para os reeducandos. A servidora ainda afirmava que possuía influência política e que poderia prejudicar tanto os presos quanto os servidores da unidade penal, caso fosse denunciada.
A operação cumpriu três mandados de busca e apreensão em residências e em um estabelecimento comercial de um dos investigados, além de uma ordem de afastamento da servidora de sua função pública.
O delegado José Lucas Melo, da 5ª Delegacia Regional de Paraíso e responsável pela Operação Profanum, detalhou como o esquema funcionava:
“Valendo-se da função que exercia, ela solicitou e recebeu valores indevidos de presos e familiares, sempre inventando algo que seria realizado em prol dos reeducandos, como festas, jantares e outros eventos que nunca chegaram a ser realizados”, afirmou o delegado.
Além disso, as investigações apontaram que a então servidora teria condicionado a entrada de medicamentos, para uso dos detentos na unidade, à compra em um determinado estabelecimento comercial específico, pertencente ao segundo investigado, de 33 anos.
Os envolvidos estão sujeitos a medidas cautelares, como a proibição de manter contato com familiares de presos e de frequentar a unidade penal.
Operação Profanum
O nome da operação vem do latim e está atrelado ao fato de que os crimes estão relacionados à profanação da regra de ouro do serviço público: desempenhar as funções com honestidade e dignidade.