Novembro Azul ganha força no Tocantins após 200 casos de câncer de próstata em dois anos

O câncer de próstata continua sendo o segundo tipo de câncer mais comum entre homens no Brasil, atrás apenas do de pele não melanoma. No Tocantins, 39 casos foram registrados entre janeiro e outubro deste ano, enquanto 161 novos diagnósticos foram contabilizados em 2024, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO).

A campanha Novembro Azul, realizada mundialmente, tem como foco estimular o diagnóstico precoce e chamar atenção especialmente de homens acima de 50 anos ou aqueles com histórico familiar da doença, considerados grupos de maior risco.

A oncologista Marina Vasco explica que o câncer de próstata costuma evoluir de forma silenciosa, o que faz com que muitos pacientes descubram a doença em estágios avançados. “Quando detectado precocemente, o câncer de próstata tem até 90% de chances de cura. Desta forma, o Novembro Azul existe para mostrar que cuidar da saúde não deve esperar sintomas”, afirma.

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O diagnóstico é feito pela combinação entre o exame de PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal, considerados complementares. Em casos de suspeita, a confirmação depende de biópsia. A médica reforça que hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, atividade física e controle do peso, ajudam na prevenção, mas não anulam o risco em quem possui predisposição genética.

“Homens com histórico familiar de primeiro grau têm risco significativamente maior. Algumas diretrizes internacionais recomendam iniciar o rastreamento aos 40 ou 45 anos quando existem múltiplos parentes afetados ou mutações genéticas”, destaca.

Além dos fatores biológicos, Marina aponta barreiras sociais e culturais que afastam os homens do cuidado preventivo, como medo do diagnóstico, crença de invulnerabilidade e resistência em buscar atendimento médico. Segundo ela, essa postura contribui para o aumento de casos avançados e reduz as opções de tratamento.

“Quando o homem acredita que ‘não tem tempo’, ‘nada está doendo’ ou que procurar o médico é sinal de fraqueza, ele pode abrir mão de uma das maiores chances de cura, que é detectar uma doença silenciosa antes dos sintomas. É nessa janela que a vida pode mudar”, conclui.

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