Justiça mantém prisão da influenciadora Karol Digital e do namorado em Araguaína

A Justiça decidiu manter as prisões da influenciadora Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como Karol Digital, e do namorado dela, Dhemerson Rezende Costa. O casal foi preso na última sexta-feira (22), durante a Operação Fraus, da Polícia Civil, em Araguaína, no norte do Tocantins. Eles são investigados por exploração ilegal de jogos de azar, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.

A decisão foi tomada pelo juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra, da 1ª Vara Criminal de Araguaína, durante audiência de custódia realizada no mesmo dia da prisão. O magistrado entendeu que estavam presentes os requisitos legais para a prisão preventiva e informou que aguarda manifestação do Ministério Público antes de analisar pedido de conversão da medida em domiciliar.

A defesa alegou que Karol passou por cirurgia íntima recentemente e que a permanência dela em unidade prisional poderia representar risco de infecção. “Uma infecção grave nessa região é muito fácil de se adquirir (…). Estamos a falar da dignidade da pessoa humana”, disse o advogado Maurício Araújo, que também defendeu que não houve violência nos crimes investigados. O juiz, no entanto, manteve a prisão.

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Karol Digital foi encaminhada para a Unidade Penal Feminina de Ananás, enquanto Dhemerson Rezende está na Casa de Prisão Provisória de Araguaína.

Ostentação e patrimônio milionário

Segundo as investigações, Karol movimentou mais de R$ 217 milhões entre janeiro de 2019 e outubro de 2024, valores supostamente ligados a jogos de azar ilegais e empresas de intermediação de pagamentos.

A Polícia Civil apreendeu sete veículos de luxo em nome da influenciadora, avaliados em cerca de R$ 5,5 milhões, incluindo uma McLaren Artura de R$ 3,1 milhões, um Porsche de R$ 979 mil e uma caminhonete RAM 3500 de R$ 475 mil. Também foram sequestrados sete imóveis — seis em Araguaína e um em Babaçulândia —, além de uma fazenda em Palmeirante avaliada em R$ 8 milhões, com criação de bovinos e cavalos de raça.

De acordo com os investigadores, Karol teria usado empresas próprias para ocultar bens, transferindo patrimônios para holdings a fim de “dar aparência legal” a aquisições supostamente ilícitas. Ela é proprietária de negócios nos setores de moda, estética, saúde e agronegócio, todos sediados em Araguaína e divulgados em redes sociais.

A defesa nega envolvimento da influenciadora e do namorado em atos ilegais. “Meus clientes são inteiramente inocentes. A fonte de renda da minha cliente é legal. O que ela pratica é ser influencer digital”, disse o advogado.

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