Investigado pela PF por desvio de emendas, Eduardo Gomes é relator de projeto sobre transparência de emendas

O Senado aprovou, nesta quinta-feira, 13 de março, uma resolução que promete aumentar a transparência e a rastreabilidade das emendas parlamentares. O relator da proposta é o senador Eduardo Gomes (PL-TO), atual vice-presidente do Senado. Gomes, que já ocupou a liderança do governo Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, está sob investigação da Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em desvios de recursos oriundos de emendas parlamentares.

A PF solicitou a abertura de um inquérito para apurar indícios de irregularidades associadas às emendas direcionadas pelo senador tocantinense. A investigação faz parte da Operação Emendário, que já resultou em denúncias por corrupção contra três deputados do PL. A informação foi divulgada pelo Metrópoles, em Fevereiro deste ano.

Durante a análise de aparelhos eletrônicos apreendidos na operação, os investigadores encontraram mensagens em que um ex-assessor de Eduardo Gomes, identificado como “Lizoel Assessor”, cobra o pagamento de valores de Carlos Lopes, secretário parlamentar do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA), um dos principais alvos da operação.

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Os diálogos sugerem uma cobrança de R$ 1,3 milhão, sendo que R$ 150 mil seriam pagos imediatamente sob a justificativa de uma suposta viagem.

Em nota enviada a imprensa, a assessoria do senador alegou que Lizoel Bezerra, citado na conversa, atuou apenas como motorista em campanhas políticas de Gomes e não ocupa cargo oficial em seu gabinete no Senado.

Além disso, afirmou que todas as emendas individuais do parlamentar foram destinadas ao Tocantins, exceto uma, direcionada ao Rio Grande do Sul durante um período de calamidade pública.

Aprovação no Senado

O texto aprovado quanto a transparência mantém brechas que permitem ocultar os autores das emendas, o que tem sido alvo de questionamentos.

A aprovação da resolução ocorreu com amplo apoio no Congresso: 361 votos favoráveis e 33 contrários na Câmara dos Deputados, e 64 a 3 no Senado. Apesar da intenção declarada de aumentar a transparência, especialistas apontam que o texto mantém lacunas que dificultam o rastreamento completo dos repasses e dos responsáveis por sua destinação.

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