Hallan Richard abusou de criança da própria família em 2020; Polícia demorou quase um ano para abrir inquérito

Hallan Richard, de 26 anos, preso na semana passada por oferecer seu próprio sêmen para suas alunas de canto em Luzimangues (Porto Nacional), é investigado desde 2020 por estupro de vulnerável contra uma criança de sua própria família. O caso foi denunciado na Polícia Civil em dezembro daquele ano, porém, o inquérito só foi instaurado em novembro de 2021.

O fato ocorreu em uma celebração de Natal daquele ano, quando, durante a madrugada do dia 25, Hallan teria abusado de uma criança que na época tinha nove anos de idade. Foram seus próprios familiares que registraram o Boletim de Ocorrência na 2ª Central de Atendimento da Polícia Civil em Palmas.

Desenvolvimento do caso

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Apesar do registro ter ocorrido no dia 27 de dezembro de 2020, a aberutura do Inquérito Policial só ocorreu no dia 4 de novembro de 2021, através da Portaria IP Nº 14547/2021. Até a presente data, não houve indiciamento de Hallan Richard acerca do caso ocorrido há mais de quatro anos. Caso já tivesse sido indiciado e condenado, Hallan poderia estar cumprindo pena de oito a quinze anos de prisão.

O Jornal Primeira Página obteve acesso ao depoimento de Hallan à polícia no dia 27 de dezembro de 2020, onde confirmou o abuso contra a familiar menor de idade. Confira o trecho de sua declaração abaixo:

“Por volta das 05 horas levantou-se e foi até a cama de […], que se encontrava deitada ‘de bruços’, tendo passado a mão nas nádegas da criança; que não se recorda se se excitou com tal conduta; que ao passar a mão na criança, esta se mexeu, contudo não sabe informar se ela lhe viu no momento do fato, e depois o declarante tornou a dormir no mesmo quarto onde estava. Que bebeu bastante bebida alcoólica durante a confraternização, e no momento do fato ainda estava sob efeito de álcool”.

Nesta mesma madrugada, Hallan também teria tirado fotos íntimas de outra familiar, sem o consentimento da mesma. Em seu depoimento no dia 27 de dezembro, a segunda vítima contou que “por volta de 7h da manhã do dia 25, quando acordou com o flash de um celular que o HALLAN usava para tirar foto da declarante. Que a declarante estava deitada no colchão, e quando acordou, o HALLAN estava abaixado tirando foto […], observando que ele posicionava o celular para tirar foto da bunda da declarante.”

No dia seguinte ao abuso, a criança menor de idade contou aos familiares o que Hallan havia feito.

O Jornal Primeira Página solicitou um posicionamento da Secretaria de Segurança Pública sobre a demora na instauração deste inquérito policial e sobre a não conclusão das investigações. Em nota, a Pasta respondeu que “todos esses procedimentos correm sob sigilo, não sendo possível repassar informações para não atrapalhar as investigações.”

Justiça cobra Polícia Civil pela conclusão do inquérito

Com o Boletim de Ocorrência registrado há 1.584 dias e sem a devida conclusão do inquérito, a juíza Umbelina Lopes Pereira Rodrigues, da 1ª Vara Criminal de Porto Nacional, solicitou na última segunda-feira, 28 de abril, que a polícia tome as providências necessárias para a conclusão da investigação.

A cobrança da juíza ocorreu por conta das novas denúncias que surgiram contra Hallan Richard, que está preso na Unidade Penal de Porto Nacional (UPPN) por tentativa de violação sexual mediante fraude desde a última sexta-feira (25).

O suspeito atuava como professor de canto e instrumentos musicais. Nas aulas, ele teria oferecido uma espécie de chá às alunas com a promessa de melhorar a dicção vocal, sem que elas soubessem que se tratava de seu próprio sêmen.

Novas provas apreendidas

Após a prisão de Hallan, um HD externo contendo vídeos que mostrariam alunas ingerindo um suposto chá misturado com sêmen foi entregue à Polícia Civil pelo irmão do professor suspeito. O dispositivo, segundo fontes policiais, também armazenava conteúdo pornográfico envolvendo mulheres e crianças.

O material foi apreendido como prova em investigações sobre crimes sexuais ocorridos em Luzimangues, distrito de Porto Nacional, onde o acusado reside com a família.

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