Governo do Tocantins e Prefeitura de Palmas se reúnem para reduzir filas no HGP

O objetivo é amenizar as transferências de pacientes sem o perfil clínico ao Hospital Geral de Palmas.

Com o objetivo de amenizar as transferências de pacientes sem o perfil clínico ao Hospital Geral de Palmas (HGP), unidade referência em média e alta complexidade para a macrorregião sul do Tocantins, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Felinto reuniu-se com a secretária municipal de Saúde de Palmas, Dhieine Caminski. O encontro ocorreu na segunda-feira, 17, na unidade hospitalar, onde os gestores realizaram uma vistoria no pronto-socorro e verificaram o atendimento dispensado à população acolhida, da qual 70% que chegam ao hospital são oriundos da Capital e 26% para clínica geral.

Segundo o titular da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), “o Governo tem feitos grandes investimentos no HGP, que nos últimos anos recebeu 157 leitos, 12 de psiquiatria, 50 UTI, 45 de pronto-socorro e 30 para quimioterapia (UNACON), 09 de pós-cirúrgicos e 11 de cuidados do AVC. Além disso, a unidade recebeu nova recepção para o pronto-socorro, novo ambulatório pediátrico e nova cozinha. As estruturas ampliam os atendimentos, mas as demandas da população também crescem e, por determinação do governador Wanderlei Barbosa e por ser uma unidade SUS, não negamos atendimentos, mesmo com sobrecarga”, afirmou Felinto.

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A sobrecarga mencionada pelo gestor é reforçada pelo diretor-geral do HGP, Iatagan Barbosa. “Na maioria das noites, principalmente em finais de semana, a unidade chega a um ponto crítico de sobrecarga no PS, em decorrência de acidentes e falta de estrutura na rede hospitalar da Capital e das cidades vizinhas. Atualmente temos uma média de 13 cirurgias ortopédicas por dia e uma média mensal de 80 a 120 pacientes ortopédicos internados”.

A especialidade de ortopedia é apontada pelo diretor da unidade como uma das que mais demanda atendimento no pronto-socorro e dados do Escritório da Qualidade apontam que nos meses de janeiro e fevereiro de 2025, foram acolhidos no local, 276 pacientes da especialidade. O número é 7% mais que o mesmo período do ano passado, quando a unidade recebeu 257 pessoas e 6% menor que o registrado em 2023, com 294 atendimentos.

Parcerias

No encontro, os entes alinharam uma parceria para reduzir as transferências e aprimorar o serviço de contrarreferência. “A nossa ideia é trabalhar junto com o município de Palmas, para garantir que a população tenha atendimento de qualidade e em tempo oportuno, com cada ente buscando suprir o seu papel dentro do Sistema Único de Saúde. Aliado a isso temos a disponibilidade da Polícia Militar e do Detran, além da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, que estão dispostos a colaborar com campanhas e ações que reduzam os índices de acidentes que compreendem mais de 80% dos atendimentos ortopédicos da unidade”, pontuou Felinto.

Segundo a secretária Dhieine Caminski, “a Secretaria de Saúde de Palmas tem um desafio que é o planejamento estratégico para a gente conseguir atender a nossa demanda, com qualidade, celeridade e de acordo com o que preconiza o SUS. Nós temos aí um planejamento ativo, a gente quer até julho melhorar o fluxo de atenção na atenção primária, para tentar em parceria com o Estado qualificar melhores frutos assistenciais, principalmente em o HGP atender o perfil dele, as UPAs atender o perfil delas e a atenção primária conseguir acompanhar de maneira longitudinal os usuários do sistema”, disse.

Para o Major Jair, “a Polícia Militar, pode em alinhamento com os outros órgãos afins, promover, principalmente em dias eventos, blitzes, fiscalização e ações de coibição para evitar a combinação de álcool e direção e consequentemente o número de acidentes que acabam impactando o HGP”, frisou.

Presente na reunião, o presidente do Departamento Nacional de Trânsito no Tocantins (Detran-TO), Willian Gonzaga dos Santos, destacou que, “o Detran está aqui para colaborar no que for necessário. Temos realizado campanhas de conscientização em datas festivas como carnaval, temporada de praias, as quais já mostram um efeito na redução de acidentes, mas seguiremos em conjunto com os outros órgãos no trabalho de intensificação destas ações”.

A reunião também teve a participação dos titulares da Secretaria de Estado da Comunicação, Marcio Rocha; da Secretaria de Mobilidade Urbana e Defesa Civil, Francisco Seixas Tadeu de Lima; da Secretaria de Estado da Comunicação; da Secretaria Municipal de Comunicação, Élcio Mendes; direção do HGP e equipes técnicas das Pasta mencionadas.

Rotatividade de leitos

Para amenizar a lotação, as equipes do pronto-socorro trabalham para dar agilidade na avaliação dos pacientes e os devidos encaminhamentos. “O paciente chega e é acolhido pela classificação de risco, onde fazem a coleta dos sinais vitais e um breve histórico do que tem acontecido com ele. E a partir de então, segundo classificação de risco ele é conduzido para a sala vermelha no casos graves ou recebe cuidados para o controle de dor, realiza exames e segue para internação ou alta hospitalar”, explicou o médico diretor técnico do HGP, Ermilton Barreira Parente Junior.

“Em alguns casos, o paciente é contrarreferenciado para a rede do seu município. Isso ocorre quando o município de origem tem hospital e a pessoa ainda necessita de permanecer dentro de um ambiente hospitalar, que não seja de média ou alta complexidade como é o caso do HGP. A contrarreferência é feita através de um formulário próprio que é encaminhado ao núcleo interno de regulação do hospital, que passa para a regulação estadual e assim, encaminhado para a unidade de origem”, acrescentou o diretor.

Fim de semana

No último final de semana, por exemplo, o HGP recebeu 296 pacientes nos prontos-socorros. Sendo 170 adultos e 126 pediátricos. Do total, 52% (156) já receberam alta. “Estes pacientes que chegam à unidade e permanecem por menos de 72 horas são pessoas que não possuem o quadro clínico do HGP e que poderiam ser assistidas em Unidade de Pronto Atendimento, Unidade Básica de Saúde ou hospital de baixa complexidade”, pontuou Ermilton.

Pacientes assistidos

Entre os pacientes da especialidade de ortopedia, está Márcio Gomes Viana, de 34 anos. “Eu estava vindo da chácara para o município de Porto Nacional, bati a moto em uma vaca e machuquei meu braço e fraturei as costelas. Recebi o primeiro atendimento no Hospital Regional de Porto Nacional e agora e fui encaminhado ao HGP para realizar exames mais detalhados”, relatou.

O estoquista Roniel Bezerra , 31 anos, morador de Luzimangues, também está no PS da unidade e falou sobre o que o levou ao hospital. “Eu pilotava uma motocicleta e saí do mercado e estava indo para casa e um cachorro entrou no meio da pista e a mota bateu. Não deu para frear o animal apareceu bem em cima. Fraturei o braço e algumas escoriações na perna”, declarou.

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