Estudante da rede estadual, é a primeira atleta indígena do Tocantins a assinar um contrato profissional no futebol nacional   

Após representar o Tocantins no Campeonato Brasileiro Escolar de Futebol Feminino, realizado em Palmas, a estudante do 2° ano do Colégio Estadual Guilherme Dourado, de Araguaína, Ivanete Xerente, se prepara para alçar voos maiores na sua trajetória como atleta.  A jogadora, natural da aldeia Cachoeira, no município de Tocantínia, assinou um contrato com a equipe da Ferroviária, de São Paulo, por um período de 5 anos. 

A atleta, de 16 anos, faz parte da equipe 100 Limites de Araguaína. Com o apoio do Governo do Tocantins, por meio da Secretaria dos Esportes e Juventude e Secretaria da Educação, o projeto integra alunas do Colégio Estadual Guilherme Dourado e é formado por jogadoras de várias partes do Estado com formação escolar e treinos diários, visando a valorização na formação das atletas.  

Ivanete Xerente integrou a equipe do Colégio Estadual Guilherme Dourado no Campeonato Brasileiro Escolar realizado em Palmas pela Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE) . Foto: CBDE / divulgação.

“Fiquei um ano e três mês jogando no clube 100 Limites, onde fui com a mente de querer conquistar algo maior, trabalhei bastante pra isso, e hoje as portas se abriram. Fico feliz em conseguir meu primeiro contrato como profissional, e como primeira indígena do Brasil. Hoje tenho muito orgulho de representar meus povos indígenas no mundo do futebol, e creio que isso é apenas um começo de um grande sonho, de grandes realizações”, declarou Ivanete. 

O seu maior incentivador, o cacique Paulo César, revela que ver a filha assinando um contrato profissional é um sentimento único.

“Para tudo isso acontecer teve um processo, um deles é o apoio principalmente da família de quebrar essa barreira de ficar meses longe dos pais, em busca de aperfeiçoamento, da exigência no futebol. Agradeço de coração, os envolvidas na formação dela como jogadora em especial ao Deus criador”, explicou. 

O pai da atleta também destacou a evolução da filha. “A etnia Xerente está muito bem representada por essa guerreira, apesar de ser uma mulher com apenas 16 anos, com a cultura diferente, costumes, alimentação, a comunicação, o ambiente, tudo isso ela teve e tem forças para superar e adaptar a seu favor. Ela amadureceu muito cedo e acreditamos que só tem a evoluir como pessoa e jogadora”, finalizou.

O treinador Paulão, fala com orgulho da trajetória da atleta.

“É uma grande satisfação ter feito parte da formação inicial da Ivanete Xerente, atleta que esteve no time durante um ano e meio, saindo das suas origens para um mundo totalmente diferente daquilo que ela vivia. É uma honra poder fazer parte desse processo técnico, tático e psicológico da atleta”. 

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