Estado realiza ações para investigação de casos de Febre do Nilo
Após a confirmação do caso da Febre do Nilo Ocidental (FNO) no Tocantins, no dia 10 de maio, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) atuou com ações de levantamento de informações; articulação com o Ministério da Saúde (MS) e município entre outros órgãos; discussão e acompanhamento do caso e apoio e programação de investigação ‘in loco’. Entre os dias 25 e 30 de maio, foi realizada no município de Caseara a primeira fase da investigação de FNO, uma ação coletiva com equipes da SES-TO, Secretaria Municipal de Saúde de Caseara e MS, com o objetivo de investigar possíveis casos novos suspeitos de FNO, na população residente na região.
A responsável estadual pela vigilância das arboviroses da SES-TO, Christiane Bueno, esclareceu que “na primeira fase, foram visitadas 61 propriedades localizadas na zona rural, com 143 residentes entrevistados, além de 129 coletas realizadas que posteriormente, serão enviadas ao Instituto Evandro Chagas. É importante ressaltar que estes dados são preliminares”.
A técnica acrescentou que está prevista uma nova etapa. “Faremos uma segunda fase de investigação, prevista para iniciar nesta terça-feira, 06, de possíveis casos novos suspeitos de FNO na população residente, seguimento da fase anterior. Simultaneamente, serão realizadas as investigações na população animal e de vetores, com coletas de amostras de ambos os grupos”.
Para execução da referida ação, além das equipes da SEMUS Caseara, SES-TO e MS, integrarão o grupo, os profissionais do Instituto Evandro Chagas (IEC), Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O secretário de saúde de Caseara e presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins (COSEMS-TO), Rondinelly da Silva e Souza, explicou que “o primeiro atendimento do paciente confirmado com FNO foi realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município e encaminhado para o Hospital Regional de Paraíso, nossa referência. Após a informação do diagnóstico de Febre do Nilo Ocidental, nós começamos o processo de acompanhamento, com o auxilio da SES-TO, para o planejamento de ações, que decorreu nas visitas ‘in loco’. Essa ação conjunta promoveu orientações preventivas aos moradores, além do suporte assistencial aos familiares e moradores do assentamento em que o paciente reside”.
O gerente de sanidade animal da Adapec, Sérgio Liocádio, esclareceu que “por a Febre do Nilo ser uma zoonose, além da parte humana que a SES-TO está cuidando, é necessário apoio da Adapec. Nós daremos o suporte nas propriedades rurais, pois os acometidos pela doença são moradores de um assentamento. A Adapec auxiliará na coleta de material, principalmente, em equinos e aves. Como é uma doença que se confunde com outras que a gente faz controle oficial, por exemplo, no equino ela pode se confundir com a raiva e nas aves ela pode se confundir inclusive com a influência viária, e nós estaremos lá preparados para fazer coleta de material para diagnóstico e dar suporte”.
Caso confirmado
No dia 10 de maio de 2023, foi confirmado o primeiro caso de infecção por Febre do Nilo em humanos no município de Caseara (TO). O paciente está internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além do caso confirmado, também segue internado no HGP, um suspeito, por avaliação clínica, por apresentar os mesmos sintomas e ser irmão do infectado.
A doença
O vírus da Febre do Nilo Ocidental é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex (pernilongo). Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus e como fonte de infecção para os mosquitos. Não existe vacina ou tratamento antiviral específico para a Febre do Nilo Ocidental. O tratamento é sintomático para redução da febre e outros sintomas.