Em coletiva, Laurez anuncia força-tarefa no Igeprev e busca recuperar R$ 300 milhões
O governador em exercício Laurez Moreira apresentou nesta segunda-feira (24) um balanço das ações de reestruturação do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev-TO), destacando a identificação de R$ 300 milhões em créditos previdenciários prestes a prescrever e a abertura de 426 processos para cobrança de valores pagos indevidamente, que somam R$ 1.415.478,03.
As medidas integram a nova política de gestão voltada à eficiência, transparência e redução de irregularidades.
Durante a coletiva no Palácio Araguaia, Laurez anunciou ainda que o instituto passa por modernização tecnológica, revisão de contratos e reorganização financeira para corrigir falhas históricas na concessão de benefícios e nos fluxos administrativos. Segundo ele, a atual gestão encontrou pagamentos duplicados, erros operacionais e baixa recuperação de créditos.
“Nós tivemos a preocupação de aplicar bem os recursos, de forma que o servidor pode ficar tranquilo de que esse governo zela por cada centavo que entra. Fomos buscar o que o Igeprev tinha para receber e descobrimos uma dívida a nosso favor no valor de R$ 300 milhões entre o INSS e o Governo do Tocantins e já estamos em busca desse recurso”, afirmou.
Redução no tempo de concessão de benefícios
A presidente do Igeprev, Bárbara Mendes, informou que o tempo de análise de benefícios, que antes chegava a dois anos, foi reduzido para cerca de três meses — e, em alguns casos, para um mês — após reforço de equipe, novo fluxo de trabalho e pareceres da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
“A redução no tempo de concessão só foi possível graças ao reforço de pessoal determinado pelo governador, ao novo fluxo de trabalho e aos pareceres da PGE”, explicou. Segundo ela, os processos de setembro já estão em análise, com previsão de manter o atendimento em dia.
Bárbara também destacou que erros anteriores eram gerados por um sistema manual que permitia duplicidade de pagamentos.
“Parametrizamos o sistema para automatizar tudo, fizemos mudanças na equipe, abrimos sindicâncias e instauramos 426 processos para recuperar valores pagos indevidamente. Primeiro estancamos o problema; agora estamos corrigindo e cobrando o que foi pago a mais”, enfatizou.
Igeprev cancela contratos caros e adota gestão conservadora de investimentos
Laurez afirmou que contratos de estudos atuariais que ultrapassavam R$ 5 milhões foram cancelados e substituídos por opções mais econômicas, sem perda de qualidade técnica. A gestão financeira também passou a adotar uma política conservadora de investimentos, priorizando títulos públicos e fundos de renda fixa.
“Minha determinação é que 80% dos recursos sejam aplicados em renda fixa, sem risco. Hoje, entre 77% e 84% já estão em fundos federais, de risco zero”, afirmou o governador.
Ele também destacou que o Igeprev se prepara para operar crédito consignado, visando aumentar a rentabilidade do fundo e reduzir taxas para servidores.
BRB mantém folha de pagamento e Estado garante salários
Durante a apresentação, Laurez e o secretário de Estado da Administração, Marcos Duarte, reforçaram que não há risco financeiro para os servidores e que o Banco de Brasília (BRB) seguirá como responsável pela folha de pagamento, conforme contrato vigente.
“Todos os salários dos servidores estão garantidos. Não há qualquer risco financeiro”, disse Marcos Duarte, acrescentando que o governo manterá a política de pagamentos antecipados.
Estado decide manter participação na Energisa
Laurez também anunciou que o governo decidiu manter a participação acionária do Tocantins na Energisa Tocantins Distribuidora de Energia. Segundo ele, a venda do ativo — cogitada por gestões anteriores — não ocorrerá.
A justificativa, segundo o governador, é que a participação é estratégica e altamente lucrativa: os dividendos renderam cerca de R$ 70 milhões ao ano, somando R$ 280 milhões em quatro anos.
O governador afirmou ainda que o Estado já iniciou diálogo com a Aneel para fortalecer a fiscalização do setor elétrico e avalia criar uma nova agência reguladora ou ampliar a ATR.
“Nosso objetivo é garantir uma regulação mais firme e próxima, evitando que o Estado fique sem controle sobre um serviço tão essencial”, declarou.
Informações: Daniela Oliveira/Governo do Tocantins
