Desmatamento no Cerrado bate novo recorde no mês de setembro

Novos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o Cerrado sofreu o maior índice de desmatamento já registrado no mês de setembro. Foram 516,7 km² de vegetação nativa desmatados, superando a marca de 451,5 km², registrada em 2018. Em relação a setembro de 2022, o aumento foi de 89%. 

A Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática reforça o alerta realizado nos meses de janeiro e maio deste ano: o berço das águas do Brasil e da América Latina está em perigo. Os estados que registraram os maiores números de desmatamento foram o Maranhão (115,6 km²), a Bahia (90,5 km²), o Tocantins (83,6 km²) e o Piauí (47,8 km²), região conhecida também como fronteira agrícola do Matopiba.

Ainda que o desmatamento esteja em queda na Amazônia, no Cerrado o número é preocupante e registrado, sobretudo, em áreas privadas. Um dos fatores que colabora para o desmatamento é a falta de proteção legal no território. Em contrapartida, tramita na Câmara dos Deputados a PEC 504, que inclui o Cerrado e a Caatinga como patrimônio nacional, e é um passo inicial para o reconhecimento dos biomas e sua proteção. Paralelamente, também é construído o PPCerrado, Plano de Ação para prevenção e controle do desmatamento e das queimadas no Cerrado

Apesar das boas notícias, as medidas estão muito atrasadas para a conservação do bioma, que é o segundo maior do Brasil, ocupa um quarto do território nacional, quase todo o território tocantinense e já tem mais de 50% de sua fauna e flora nativas devastadas pelas queimadas e pelo desmatamento.

A Coalizão Vozes do Tocantins reforça sua preocupação na defesa, não só da biodiversidade e riqueza hídrica do Cerrado, mas também dos povos e comunidades tradicionais que habitam e protegem o bioma.

Vozes do Tocantins

A Coalizão é composta pelas organizações: Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Kalunga do Mimoso – Arraias (AKMT), Associação Centro Cultural Kàjre (povo Krahô), Associação Pyka Mex (povo Apinajé), Colônia de Pescadores/as de Araguacema-TO (Copesca), Cooperativa de Trabalho, Prestação de Serviços Assistência Técnica e Extensão Rural (Coopter), Escola Família Agrícola Bico do Papagaio Padre Josimo (EFA – Esperantina), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST – Tocantins), Associação Onça D´água de Apoio às Unidades de Conservação, Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Tocantins (UFT), curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental da Universidade Federal do Tocantins – Campus Arraias, Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e Núcleo de Estudos Rurais, Desigualdades e Sistemas Sociológicos (Neruds).

Leia também

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. AceitarLeia mais