Com relatoria da Conselheira Federal tocantinense, OAB regulamenta trabalho em coworking

Uma consulta relatada pela conselheira federal Ana Laura de Miranda Coutinho, sobre a possibilidade de advogados atuarem em escritórios compartilhados e as precauções necessárias, foi aprovada por unanimidade durante sessão do Órgão Especial, presidida pelo vice-presidente nacional Rafael Horn, do Conselho Federal da OAB. Os conselheiros endossaram que o coworking é uma tendência atual e representa um novo modelo de trabalho que pode ser adotado pela classe.

Para a conselheira Ana Laura de Miranda Coutinho, a medida vem para facilitar a vida dos advogados e advogadas, em especial para aqueles que estão iniciando suas carreiras.

“A aprovação da possibilidade de advogados trabalharem em coworking é um avanço significativo para a jovem advocacia do Tocantins. Esse modelo oferece uma solução acessível e flexível, essencial para quem está iniciando a carreira, ao mesmo tempo em que promove um ambiente colaborativo e inovador. Garantir o sigilo e a confidencialidade nas relações profissionais é fundamental, e essa modernização do Estatuto da Advocacia alinha nossa profissão às novas tendências do mercado, sem comprometer nossos princípios éticos”, destacou Ana Laura de Miranda Coutinho.

Anúncio no meio do texto

A OAB modernizou o Estatuto da Advocacia ao promover, junto ao Congresso Nacional, a inserção do parágrafo 12 ao art. 15, por meio da Lei 14.365/22, que alterou a Lei 8.906/94. Esse dispositivo foi ajustado ao parágrafo único do provimento 205/21 da OAB, permitindo o funcionamento de escritórios em regime de coworking, sem qualquer impedimento legal para que advogados compartilhem seus espaços de trabalho.

O que é coworking?

Coworking é um modelo de trabalho onde profissionais de diferentes áreas compartilham um espaço comum para realizar suas atividades. Esses espaços são equipados com infraestrutura de escritório, como internet, impressoras e salas de reunião, promovendo um ambiente colaborativo e flexível. O coworking é especialmente popular entre freelancers, startups e pequenas empresas, pois oferece uma alternativa econômica e dinâmica ao aluguel de escritórios tradicionais, além de proporcionar oportunidades de networking e troca de conhecimentos entre os membros.

Esclarecimentos

Foi esclarecido que é essencial garantir a preservação absoluta do sigilo e confidencialidade na comunicação entre cliente e advogado, seja em reuniões, chamadas telefônicas, videoconferências ou na manipulação de documentos digitais ou físicos. O colegiado ressaltou que a atividade principal da advocacia pode ser exercida em um local de coworking, mas sempre de forma isolada, sem a presença de outros profissionais, devido à manipulação de informações confidenciais relacionadas ao cliente.

“Vivemos um momento em que boa parte da advocacia está em home office e utiliza muito o sistema de coworking, conforme destacou o Perfil ADV, 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira, realizado pela OAB. Entretanto, o advogado ou advogada necessita de uma sala privada para atender ao seu cliente ou fazer sua audiência, garantindo o sigilo do ato”, afirmou o vice-presidente Rafael Horn, que conduziu os trabalhos do Órgão Especial.

De acordo com o levantamento da OAB, 43% dos advogados e advogadas relataram trabalhar remotamente, evidenciando a crescente adoção da modalidade de coworking.

Leia também

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceitar Leia mais