Com prisão e afastamento de Eduardo Siqueira, vice Carlos Velozo assume a Prefeitura de Palmas

O vice-prefeito de Palmas, Carlos Eduardo Velozo (Agir), vai assumir o comando do Executivo Municipal nas próximas horas. A mudança ocorre após a prisão e o afastamento do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos), na manhã desta sexta-feira (27), durante uma nova fase da Operação Sisamnes, da Polícia Federal. A Câmara Municipal foi oficialmente notificada no fim da tarde de hoje, e o presidente da Casa, vereador Marilon Barbosa (Republicanos), acionou a Procuradoria do Município para as providências.

A Prefeitura de Palmas confirmou o cumprimento da decisão judicial em nota oficial e destacou que as investigações não têm relação com a atual gestão municipal. “O prefeito recebeu a decisão com serenidade e irá colaborar prontamente com os trabalhos”, diz o comunicado, que também ressalta o “respeito na abordagem dos agentes” e a importância de preservar a administração pública.

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Vice-prefeito assume o comando

Com o afastamento de Eduardo, caberá ao vice-prefeito Carlos Eduardo Velozo a responsabilidade de comandar interinamente a prefeitura até decisão posterior da Justiça. Atualmente com 45 anos, Carlos Velozo é natural de Goiânia e morador de Palmas desde os 23 anos. Casado e pai de quatro filhos, também atua como pastor na igreja Assembleia de Deus Nação Madureira. Antes de sua carreira religiosa, trabalhou como bancário, aeroviário e gerente de uma companhia aérea na capital.

Em nota, Velozo manifestou solidariedade a Eduardo Siqueira Campos:

“Eduardo é um amigo-irmão que Deus colocou em nossa vida. Juntos enfrentamos e vencemos um dos maiores desafios políticos que o Tocantins já viu. […] Tenho certeza que tudo será esclarecido e a vontade de Deus e do nosso povo será respeitada. Palmas seguirá seu caminho de prosperidade e desenvolvimento”.

A operação e os desdobramentos

A nova fase da Operação Sisamnes tem como objetivo aprofundar as investigações sobre o vazamento de informações sigilosas oriundas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Polícia Federal apura a atuação de uma organização criminosa formada por agentes públicos, advogados e operadores externos que estariam acessando e repassando ilegalmente dados de investigações, com o objetivo de proteger aliados políticos, frustrar ações policiais e construir redes de influência no Judiciário.

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Entre os alvos da operação desta sexta-feira (27), além de Eduardo, estão o advogado Antonio Ianowich Filho, condenado em 2020 por envolvimento com funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa, e o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz.

A investigação inclui, como um dos elementos centrais, um diálogo entre Eduardo Siqueira Campos e o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). Na conversa, Eduardo menciona que teria recebido informações privilegiadas do ministro João Otávio de Noronha, do STJ, sobre uma operação da PF.

Outra evidência reunida pela investigação é um diálogo entre Eduardo Siqueira Campos e o advogado Antônio Ianowich Filho. Na conversa, registrada no dia 13 de novembro de 2024, o advogado informa que havia grandes chances de o então governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, ser afastado no dia seguinte, 14 de novembro. Ianowich afirma ter recebido a confirmação de uma fonte em Brasília de que o parecer favorável ao afastamento já estava pronto e que a decisão sairia “em poucas horas”. 

 

Etapas anteriores da Operação Sisamnes

A Operação Sisamnes já teve outras fases, incluindo a prisão de Thiago Marcos, assessor jurídico do Ministério Público do Tocantins (MPTO), em 18 de junho. Na ocasião, também foram cumpridos mandados de busca contra o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, onde Thiago atuava. Em 30 de maio, outra fase mirou Eduardo Siqueira, na ocasião ele teve a casa vasculhada, com apreensão de documentos, e o passaporte recolhido. A PF chegou a pedir a prisão de Eduardo, mas o ministro Cristiano Zanin negou.

Agora, com a ordem de prisão deferida, a operação atinge diretamente o comando da capital tocantinense. O tempo de afastamento de Eduardo Siqueira ainda depende do andamento judicial. Até lá, Carlos Velozo segue à frente da administração municipal.

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