Caso Míria Mendes: polícia indicia empresário por feminicídio, tortura e ocultação de cadáver

A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 5ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (5ª DEIC), com sede em Guaraí, concluiu nesta terça-feira, 8, o inquérito que investigava o desaparecimento de Míria Mendes Sousa Lima, de 19 anos.

O principal suspeito, um empresário local de 53 anos, identificado pelas iniciais A.G.O., foi indiciado pelos crimes de tortura, estupro, feminicídio tentado, feminicídio consumado e ocultação de cadáver.

Segundo os delegados Joelberth Nunes de Carvalho e Antonione Wandré, responsáveis pela investigação, Míria está desaparecida desde 18 de agosto de 2023. As apurações apontam que ela teria sido assassinada após sofrer reiterados episódios de violência física, psicológica e sexual. O corpo da jovem pode ter sido incinerado em uma fornalha de cerâmica pertencente ao investigado.

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Conforme detalha o delegado Joelberth, a vítima mantinha um relacionamento conjugal com o empresário, mas era constantemente submetida a abusos e agressões. Em uma das ocasiões, o homem teria tentado matá-la ao empurrá-la de um veículo em movimento.

“Chama a atenção a brutalidade empregada para causar sofrimento físico e psicológico à vítima, que era forçada a manter relações sexuais contra a vontade, muitas vezes com outras pessoas e de forma violenta”, afirmou.

Durante o inquérito, a equipe da 5ª DEIC identificou que o suspeito já havia cometido crimes semelhantes contra outras mulheres em diferentes cidades do estado. Além disso, ao ser interrogado, o empresário apresentou versões contraditórias, o que levou ao aprofundamento das investigações.

Em 4 de abril, policiais civis e peritos do 4º Núcleo de Perícias de Guaraí realizaram buscas em uma cerâmica da cidade para tentar localizar vestígios que comprovem a tese de que o corpo de Míria foi incinerado no local.

Abuso sexual das filhas de Míria Mendes

As investigações também revelaram um novo fato: o empresário teria abusado sexualmente das filhas de Míria. A descoberta pode ter motivado o crime. “Ao final das diligências, surgiram indícios de que ele teria abusado das filhas da vítima. Após tomar conhecimento, Míria foi assassinada com requintes de crueldade”, destacou o delegado Joelberth.

O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para as providências cabíveis. O suspeito permanece preso preventivamente, à disposição da Justiça.

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