Apps de acessibilidade transformam a experiência de pessoas com deficiência nas salas de cinema tocantinenses

Cinemas do Tocantins estão adotando aplicativos que tornam as sessões mais acessíveis para pessoas com deficiência visual e auditiva. Ferramentas como MovieReading, MLoad e Greta oferecem recursos de audiodescrição, legendagem descritiva e Libras (Língua Brasileira de Sinais), sincronizados com o som ambiente do cinema, permitindo que o público acompanhe os filmes em tempo real pelo celular.

O estudante de Direito da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Phelipe Mesquita, que tem baixa visão, contou como foi a experiência de assistir a um filme com o auxílio da tecnologia. “Foi uma experiência muito boa, pois mesmo tendo uma baixa visão, eu consegui enxergar muitas cenas do filme! O áudio discrição é muito importante pra qualquer filme ou peça, pois ela descreve as cenas em movimento que não contém áudio dos atores ou dublagem”, relatou.

Phelipe assistiu ao filme Troll Ares e elogiou a facilidade de uso do aplicativo. “É só seguir os passos que o aplicativo pede e dar as permissões necessárias que são simples e não são muitos”, explicou. Para ele, a audiodescrição é essencial para entender cenas sem fala. “Ela realmente dá a descrição do personagem, o que ele está fazendo. Vai descrever tudo que está sendo representado visualmente, mas que não tem diálogo.”

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Acessibilidade cultural no Tocantins

Phelipe avalia que o cinema tem avançado em acessibilidade, mas que outros espaços culturais ainda enfrentam limitações. “Na questão de audiovisual, pelo menos o cinema que eu fui está bem acessível. Mas indo pra questão de arte em geral, como exposições de pinturas, falta ainda muita acessibilidade”, afirmou.

Ele defende mais envolvimento das universidades e instituições culturais. “As universidades têm que fazer parcerias com o Ministério da Cultura e Planejamento para que a gente tenha mais cultura e lazer aqui no Tocantins. Seria interessante começar a trazer esses eventos e adaptar com audiodescrição ou autonarrativas de especialistas”, sugeriu.

Diagnosticado ainda bebê com descolamento de retina, catarata e estrabismo, Phelipe afirma ter aprendido a lidar com os desafios da visão reduzida. “Aprendi a conviver com a minha doença e a superar os desafios que me foram impostos, seja pela sociedade, seja um desafio meu mesmo, próprio por acreditar que eu era capaz. Então, eu tive que lutar.”

Ações locais de acessibilidade

O CineSesc Palmas também tem implementado medidas para ampliar o acesso. O espaço conta com rampas, banheiros adaptados, iluminação especial e áreas reservadas para cadeirantes. “Por trabalharmos com filmes fora do circuito comercial, nem sempre conseguimos oferecer todos com acessibilidade, entretanto neste ano exibimos diversas sessões com janela de Libras e audiodescrição”, informou a equipe do Sesc.

Em 2025, o CineSesc promoveu sessões com mediação em Libras e debates acessíveis. As exibições podem ser solicitadas por escolas, empresas e comunidades pelo e-mail cinemapalmas@sescto.com.br

ou telefone (63) 3212-9935.

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