Alunas do ensino médio da capital são informadas sobre violência contra a mulher

Em uma conversa franca com alunas do 1º ao 3º ano do ensino médio do Colégio Dom Alano Marie Du Noday, a delegada titular da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (1ª DEAM Palmas), Suzana Fleury, contou a história que motivou a elaboração da Lei Maria da Penha (1.304/2006) e falou sobre todos os tipos de violência contra a mulher, como identificar e os canais de denúncia.

A roda de conversa aconteceu na manhã desta terça-feira, 22, nas dependências da Igreja Presbiteriana que fica ao lado do colégio. A ação faz parte do projeto “Maria nas Comunidades”, idealizado pela Ouvidoria da Mulher, do Tribunal de Justiça do Tocantins.

A delegada Suzana destacou que a Lei Maria da Penha é reconhecida pela Organização das Nações Unidas como uma das três mais completas do mundo no que diz respeito à garantia de direitos e combate à violência contra a mulher, e ainda reforçou, quais os tipos de violência previstos na Lei: física, patrimonial, psicológica e sexual.

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“Se nós não conseguirmos identificar que estamos sofrendo violência doméstica e familiar contra a mulher, quem vai fazer isso por nós? A partir de hoje vocês vão sair daqui aptas para ajudar as mulheres vítimas de violência a denunciar”, ressaltou.

A delegada destacou ainda que as estatísticas mostram que no Brasil, a maioria dos feminicídios são cometidos contra mulheres na faixa etária de 18 a 25 anos.

“No auge da juventude, por isso levem a sério esse conhecimento adquirido aqui hoje. Ao primeiro sinal de que está acontecendo algo errado, que está te incomodando, converse com uma amiga, com sua mãe. Esse ciúme que parece bobo no começo, não é sinônimo de cuidado. Ele não está cuidando de você, ele está te aprisionando dentro de uma caixa, para você caber na insegurança dele. Não se cale, denuncie!”, reforçou.

Mais conscientes
O diretor do Colégio Dom Alano, Givanildo Ferreira Bento, fez questão que o público da roda de conversa fosse formado apenas por alunas para que todas saibam seus direitos.

“O ideal é que mulheres falem para mulheres. Para os meninos houve um trabalho em sala de aula, mostrando para eles o nosso limite e, para as meninas esse momento especial, para que entendam os tipos de violência e se conscientizem”, destacou.

Lara Cristina Cardoso, aluna do 2º ano, aprovou a iniciativa.

“É necessário porque tem muitas mulheres que não têm voz na sociedade, que passam por dificuldades, são agredidas por pai, irmão, namorado, companheiro, e não têm o entendimento que é uma violência e podem denunciar”, ressaltou.

Rede de Proteção
Durante a roda de conversa, a psicopedagoga Leila Maria Lopes da Silva, do Núcleo Maria da Penha do Ministério Público do Tocantins (MPTO), e a coordenadora do Serviço de Atenção Especializada às Pessoas em Situação de Violência Sexual (Savis) da Secretaria Estadual da Saúde, Sâmia Chabo, falou sobre a rede de proteção à mulher, como funciona e quais os serviços realizados por todos os parceiros.

A ação conta com a parceria da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), do Tribunal de Justiça (TJTO); do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-TO),  por meio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE)  e Ouvidoria da Mulher – + Mulher + Democracia; da Secretaria de Segurança Pública, através das delegacias da mulher; da Defensoria Pública, por meio do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem); do Ministério Público do Tocantins, através do Núcleo Maria da Penha; da Ordem dos Advogados do Brasil – Comissão da Mulher advogada (OAB-TO); e da Associação de Mulheres de Carreira Jurídica.

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