China adia novamente investigação sobre carne bovina e mantém setor exportador em alerta

Tocantins tem 58% das vendas externas vinculadas ao mercado chinês

O governo da China prorrogou mais uma vez o prazo da investigação sobre importações de carne bovina, estendendo a análise até 26 de janeiro de 2026, segundo comunicado do Ministério do Comércio chinês. O processo, iniciado em dezembro de 2024, poderia resultar em medidas de salvaguarda e já havia sido adiado de agosto para novembro deste ano. A justificativa para a nova prorrogação foi a “complexidade do caso”.

A indefinição preocupa exportadores de vários países, especialmente o Brasil, maior fornecedor mundial do produto ao mercado chinês. Segundo dados da Safras&Mercado, a China importou 2,87 milhões de toneladas de carne bovina em 2024.

Entre janeiro e outubro de 2025, o volume acumulado chegou a 2,34 milhões de toneladas, alta de 3,6% na comparação anual. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) informou que aguarda o comunicado oficial da China para se manifestar.

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Tocantins amplia relação com mercado chinês

No Tocantins, a preocupação é ainda maior devido ao peso da China nas exportações estaduais. No primeiro trimestre de 2025, o mercado chinês respondeu por 58% de toda a carne bovina exportada pelo estado, o equivalente a 26,5 milhões de quilos enviados ao país asiático.

O presidente da Novilho Precoce Tocantins, Fernando Penteado, avaliou que o adiamento aumenta a tensão do setor.

“O adiamento coloca o mercado em compasso de espera e traz ainda muitas dúvidas quanto aos resultados finais desta investigação. O mercado deve manter a apreensão tendo em vista que a China é o maior comprador de carne do Brasil e este volume exportado tem permitido que os preços se mantenham em patamares razoáveis. Caso não tivéssemos os volumes de exportação que vimos este ano, o mercado interno não teria suportado o volume de oferta e os preços cairiam”, afirmou Fernando.

Expectativa para 2026

Com a nova postergação, analistas avaliam que o mercado pode operar com menor pressão nas próximas semanas, mas segue atento às definições previstas para o início de 2026, quando a China deve concluir a apuração e anunciar se adotará medidas adicionais sobre a importação de carne bovina.

Informações: Yuri Felipe Sousa/Ascom Kiw 

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