Tocantins defende inclusão do Cerrado na agenda climática internacional durante evento em Brasília

O Governo do Tocantins participou nesta quinta-feira (9), em Brasília, da COP Cerrados – Riqueza que brota no centro do Brasil, evento promovido pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (CBrC). O encontro reuniu autoridades e especialistas ambientais para discutir políticas de conservação do bioma e consolidar a Carta do Cerrado, documento entregue à presidência da COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA).

Representando o governador em exercício Laurez Moreira, o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Divaldo Rezende, destacou que o Tocantins tem buscado conciliar preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. A cerimônia aconteceu no Auditório do Memorial JK e contou com a presença da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, da CEO da COP30, Ana Toni, além de secretários estaduais, embaixadores e técnicos da área ambiental.

Tocantins apresenta avanços e metas na preservação

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Durante o evento, Divaldo Rezende ressaltou que o Tocantins possui 91% do território formado por Cerrado e 9% por Amazônia, com 60% das áreas conservadas. Segundo ele, o Estado reduziu em 21,8% o desmatamento entre janeiro e agosto de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

“Apresentamos iniciativas de inovação que o Estado implementou no setor ambiental nos últimos anos e que têm continuidade neste governo. A presença de embaixadas e organismos internacionais mostra o olhar global voltado ao Cerrado”, afirmou o secretário.

O representante da Adapec também destacou o avanço do Programa Estadual de REDD+, que busca reduzir emissões de gases de efeito estufa por meio da preservação e manejo sustentável. O programa já realizou 59 eventos, incluindo 40 encontros com povos indígenas, quilombolas e agricultores familiares, além de reuniões com o setor agroprodutivo e órgãos públicos.

Carta do Cerrado propõe reconhecimento global do bioma

A Carta do Cerrado, assinada pelos representantes dos estados que compõem o Consórcio Brasil Central, reforça a importância do bioma para a segurança hídrica, energética e climática do país. O documento destaca que o Cerrado ocupa mais de 200 milhões de hectares, abrigando 330 mil espécies e respondendo por 14% da água superficial do Brasil e 16% do carbono armazenado nacionalmente.

O texto solicita que o bioma seja reconhecido oficialmente na agenda climática internacional da COP30, com acesso a recursos específicos para conservação, restauração e prevenção de queimadas.

“É indispensável que o Cerrado, conhecido como berço das águas e patrimônio natural essencial para o equilíbrio climático, tenha destaque na COP30”, afirma o documento.

Além disso, o grupo pede apoio à energia renovável, proteção da biodiversidade e fortalecimento de comunidades tradicionais, propondo um modelo que una conservação ambiental, crescimento econômico e inclusão social.

Contexto regional

O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central é formado pelos estados de Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins e pelo Distrito Federal. Segundo o secretário-executivo do grupo, José Eduardo Pereira, o movimento reforça o protagonismo dos estados do Centro-Oeste e Norte na pauta ambiental.

“O movimento dos estados do Brasil Central em defesa do Cerrado representa uma iniciativa relevante dentro e fora do país”, afirmou.

A COP Cerrados também contou com painéis técnicos, palestras e apresentações voltadas à governança ambiental e ao papel do bioma na mitigação das mudanças climáticas. O Tocantins foi um dos destaques pela apresentação de dados e projetos ligados ao REDD+ e à conservação da vegetação nativa.

Informações: Claudivan Santiago/Governo do Tocantins

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