MPTO e parceiros firmam carta-compromisso para ampliar acolhimento familiar no Tocantins

O Ministério Público do Tocantins (MPTO), em parceria com representantes do Sistema de Garantia de Direitos da capital, assinou em 27 de agosto a Carta-Compromisso pela Convivência Familiar, documento que estabelece metas e diretrizes para fortalecer o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SFA) no estado.

A medida busca garantir que crianças e adolescentes afastados temporariamente de suas famílias de origem possam permanecer em ambiente familiar durante a medida protetiva, reduzindo a institucionalização e preservando vínculos afetivos.

O que é o acolhimento familiar

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O SFA é uma modalidade prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e só deve ser adotado de forma excepcional e provisória, após esgotadas as alternativas de apoio à família de origem. Segundo a lei, a permanência em serviço de acolhimento não deve ultrapassar 18 meses, salvo em casos excepcionais devidamente comprovados.

O objetivo central é sempre a reintegração à família de origem ou extensa. Quando isso não é possível, o caminho é a inserção em família por adoção, garantindo o direito de crianças e adolescentes a crescerem em ambiente seguro e afetivo.

Participação de autoridades

A carta foi assinada pelo procurador-geral de Justiça, Abel Andrade Leal Junior; pela presidente do Tribunal de Justiça, Maysa Vendramini Rosal; pelo então governador Wanderlei Barbosa; e pelo prefeito de Palmas, José Eduardo Siqueira Campos.

O documento está alinhado à Resolução Conjunta CNJ/CNMP/MDS/MPO/MDHC/CNAS/CONANDA nº 2/2024, que prevê que as três esferas de governo apoiem a expansão do SFA. A meta é que, até 2027, ao menos 25% das crianças e adolescentes acolhidos no Brasil estejam nessa modalidade.

Compromissos previstos

Entre os pontos estabelecidos estão:

  • criação de um Grupo de Trabalho Intersetorial em até 120 dias;
  • previsão de dotação orçamentária específica para implantação e manutenção do serviço;
  • formação de equipe técnica multidisciplinar;
  • garantia de estrutura física adequada;
  • elaboração de um plano de divulgação e mobilização de famílias acolhedoras.

Atualmente, apenas 59 municípios do Tocantins contam com o serviço de acolhimento familiar. A expectativa é de ampliar esse número e reduzir o tempo de permanência em abrigos institucionais.

Repercussão

O promotor de Justiça Sidney Fiori Júnior destacou a relevância do ato. “A assinatura dessa carta representa, para a política da infância e juventude, um marco muito importante. Foi um evento grande, com a presença do governador e do prefeito, e sinaliza um compromisso efetivo com a proteção integral de crianças e adolescentes”, afirmou.

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