Justiça mantém decisão que leva motorista acusado de matar Maria Alice a júri popular em Araguaína

A 1ª Turma da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) decidiu, nesta terça-feira (16), rejeitar o recurso da defesa de Vitor Gomes Alves de Paula, de 21 anos, e manter a decisão que leva o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri. Ele responde por homicídio qualificado, na modalidade de dolo eventual, pela morte da auxiliar de serviços gerais Maria Alice Guimarães da Silva, de 25 anos, em Araguaína.

O caso ocorreu em 22 de março de 2025, quando Maria Alice se deslocava para o trabalho em sua motocicleta e foi atingida por uma BMW conduzida por Vitor em alta velocidade. A vítima morreu no local em decorrência de politraumatismo.

Segundo o processo, o motorista não possuía habilitação e trafegava a 191 km/h na BR-153. A acusação aponta ainda que ele havia ingerido bebidas alcoólicas após sair de uma festa. Diante disso, o Ministério Público imputou a ele homicídio qualificado por perigo comum e por dificultar a defesa da vítima.

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Durante as investigações e audiências, Vitor exerceu o direito de permanecer em silêncio. Sua defesa recorreu pedindo a desclassificação do crime para homicídio culposo na direção de veículo automotor, alegando ausência de intenção ou de risco assumido de matar. O pedido também incluía a exclusão das qualificadoras.

Decisão judicial

A relatora do recurso, desembargadora Jacqueline Adorno, destacou a existência de materialidade e indícios suficientes de autoria. Para ela, não é possível desclassificar o crime para homicídio culposo, nem retirar as qualificadoras, que deverão ser analisadas pelo júri popular. O voto foi acompanhado pela desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe e pelo juiz substituto Márcio Barcelos, resultando em decisão unânime.

Com a rejeição do recurso, o juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra, da 1ª Vara Criminal de Araguaína, deverá definir a data do julgamento.

Retrospectiva do caso

O Jornal Primeira Página acompanhou desde o início o caso que gerou grande repercussão em Araguaína. Maria Alice, de 25 anos, trabalhava como auxiliar de serviços gerais na UNITPAC, onde foi homenageada em missa de sétimo dia.

O inquérito da Polícia Civil apontou que Vitor havia pego emprestada a BMW 320i, avaliada em R$ 370 mil, de um amigo estudante de Medicina, após saírem de uma festa. As investigações indicaram que o veículo trafegava a 191 km/h no momento do impacto. A defesa de Vitor aguarda análise de pedido de liberdade provisória, enquanto ele permanece preso na Unidade Penal de Araguaína.

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