O pré-candidato à Prefeitura de Araguaína, Jorge Frederico (Republicanos), esteve nesta semana no Setor Deus é Fiel e mostrou o perigo que os moradores, principalmente as crianças, enfrentam para transitar no local. Sem rede de energia em suas casas, as fiações clandestinas expostas já causaram acidentes e os moradores se dizem esquecidos, mesmo residindo a 3 km do Centro da cidade.
Quem vive no local vem enfrentando a falta de energia há mais de 10 anos. “Olha a quantidade de fios e eles continuam desse jeito expostos aqui. A gente precisa ver de perto, é inadmissível que continue isso aqui desse jeito toda a vida. Isso aqui é um perigo para as crianças”, afirmou o pré-candidato.
A administradora Iracy Durans, de 37 anos, que mora há quatro no bairro, conta que presenciou um acidente com o filho de outra moradora. “Uma vizinha ali da frente, o filho dela levou um choque em frente à casa da minha irmã, e os lábios ficaram roxos”.
Lutando pelo básico
Em setembro de 2020, a empresa concessionária de energia retirou os postes e a fiação que abasteceriam as casas. À época, os moradores fizeram protestos com barricadas para tentar impedir a retirada dos materiais.
“São 3 mil araguainenses totalmente desassistidos. Isso aqui é a Araguaína que eles escondem. Isso aqui tem que ser enfrentado e mudado essa realidade”, garantiu Jorge.
Famílias isoladas
Andando pelas ruas do setor, que não possui infraestutura urbana, como asfalto, creche, água tratada e saneamento básico, o pré-candidato constatou ainda o sentimento de isolamento das famílias.
“As crianças precisam buscar a vida todos os dias, porque não dão assistência. São famílias e as pessoas aqui estão machucadas, você conversa com elas e parecem que estão isoladas de um mundo totalmente distante, que está tão perto”, declarou.
Em junho deste ano, em audiência pública promovida pela Defensoria Pública do Estado, na Câmara Municipal, o coordenador do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas, Sandro Ferreira, enfatizou que a falta de legalização da área não impede a implantação de infraestrutura para os moradores.
“A urbanização do setor não afeta o curso do processo judicial, não interfere na produção de provas e não significa legitimação de posse, não havendo razão fática ou jurídica para privar os moradores do direito de acessar individualmente e mediante pagamento da tarifa, os serviços de água potável e energia elétrica”, disse o defensor.