A história do Tocantins e de Siqueira Campos estão entrelaçadas. Nascido no dia 1º de agosto de 1928 em Crato, no interior do Ceará, José Wilson Siqueira Campos se tornou o maior político do Tocantins.
O pioneiro do movimento separatista, que deu origem ao estado, nasceu em uma família de origem simples. Filho do seleiro e sapateiro Pacífico Siqueira Campos e da dona de casa Regina Siqueira Campos. Deixou o nordeste quando tinha 12 anos, na época a mãe tinha acabado de falecer.
Siqueira Campos morou em diversas regiões do país. Esteve no sudeste em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Na região Norte trabalhou como seringueiro no Amazonas. Foi o até então norte de Goiás que encantou o jovem cearense.
Em 1960 Siqueira Campos trabalhava na agricultura na zona rural de Colinas do Norte, cidade que passou a ser chamada de Colinas do Tocantins com a criação do estado. Foi no município que ele deu os primeiros passos na política. Fundou a Cooperativa Goiana de Agricultores e deflagrou o movimento popular que pedia a criação do Tocantins. Seu primeiro cargo foi como vereador da cidade, eleito em 1965.
Em 1971 o voo foi mais alto e Siqueira Campos assumiu uma cadeira em Brasília como deputado federal pelo estado de Goiás. Em sua atuação como parlamentar em mais quatro mandatos, Siqueira participou de momentos importantes da nossa história. Foi contra o movimento Diretas Já, votou contra a emenda Dante de Oliveira e chegou a presidir o PSD e fez articulações em prol da Constituinte
Siqueira Campos permaneceu na Câmara dos Deputados até 1988 e ajudou a criar a Constituição Federal que estava inserida no processo de redemocratização do país após o período da ditadura militar.
O político foi o principal articulador e responsável por inserir o movimento separatista e o projeto de criação do estado do Tocantins nas votações da constituinte. O trabalho foi recompensado, o estado foi criado junto com a Constituição Federal e Siqueira Campos foi escolhido para ser o primeiro governador do estado mais jovem do Brasil.
Apesar de já ter cidades desenvolvidas, Miracema do Tocantins foi escolhida para ser a capital provisória do novo estado. Uma das marcas de Siqueira Campos foi impressa logo nos primeiros anos de gestão, a infraestrutura. Prova disso é que ele construiu uma capital em meio a uma área descampada.
Siqueira Campos ainda foi governador em outros três mandatos. O último não foi concluído, ele renunciou para viabilizar a candidatura do filho Eduardo Siqueira Campos.
Amado por muitos e também com desafetos comuns a uma pessoa de vida pública que precisa tomar decisões que podem contrariar interesses. A jornalista e advogada Sandra Miranda que acompanhou toda a luta para efetivar a separação do território goiano, disse em uma rede social que Siqueira Campos é o maior líder político do Tocantins.
“Não só pela luta da vida inteira pela criação; não só por ter sido governador quatro vezes; não só por Palmas, mas sobretudo, porque mostrou um preparo inigualável. Ele fez História, porque a História o merecia “, enfatizou.
Siqueira foi casado por mais de 40 anos com Aureny Siqueira Campos. Eles tiveram seis filhos. Dona Aureny foi homenageada e batizou com o próprio nome quatro bairros de Palmas, o Jardim Aureny I, II. III e IV.
Após a separação, Siqueira se casou novamente com Marilúcia Leandro Uchôa Siqueira Campos, com quem teve outros dois filhos.