Meu Deus! O que é tudo isso?

Eu tenho certeza que você já ouviu na TV o apresentador do jornal falando sobre SELIC, CDI, IPCA. Também aposto que você mesmo já falou quando estava no caixa do supermercado: “nossa, moça(o), tá tudo tão caro!”. Hoje você vai entender um pouquinho mais sobre como todas essas siglas impactam no seu dia a dia, o porquê de “estar tudo tão caro, entender o funcionamento desse “mercado” do dinheiro.

Mas como assim “mercado” do dinheiro? Te explico: a primeira coisa que precisamos compreender é que o dinheiro nada mais é do que um produto de troca. Lembra das aulas de história que o professor contava sobre o escambo, em que os portugueses traziam objetos que pra eles eram comuns, em troca de algo que eles queriam? Espelho em troca de pau Brasil, por exemplo, substitua agora o espelho pelo dinheiro, entendeu?

Para falar sobre o que é a Selic, preciso te explicar sobre Taxa Básica de Juros, que é a ferramenta utilizada pelos governos e pelos bancos centrais que direciona as taxas de juros usadas nas operações financeiras no geral. Essa taxa básica de juros vai influenciar de forma incisiva o consumo e o crescimento de uma economia e de um país, podendo ser de forma positiva ou negativa. A Selic é a taxa básica de juros do Brasil, que é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM). A Selic é a forma mais utilizada pelo comitê para conter a inflação no Brasil.

E essa famosa “inflação”, quem é? A inflação ou IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o aumento persistente e generalizado dos preços dos produtos e serviços, na prática é o que nos permite avaliar o quanto o seu dinheiro se desvalorizou em um período determinado.

E tudo isso se comunica e influencia na sua vida!
Vou te mostrar como: quando a pandemia do Covid-19 estourou no mundo, a população ficou confinada meses, em alguns estados e países mais, em outros menos. Com esse confinamento, muitas empresas e autônomos deixaram de ter a sua renda pelo trabalho, nesse momento entrou o governo com os auxílios emergenciais – e isso não foi só no Brasil, foi no mundo todo!

Enquanto as famílias estavam gastando menos no início – pois não saiam de casa – e recebendo auxílios e renda, o seu poder de compra naturalmente aumentou. O consumo, por sua vez, acabou aumentando muito nos supermercados, em farmácias, padarias, etc. E quando o consumo (ou a demanda) aumenta, chega um momento que faltam produtos (oferta reduzida), nessa hora os preços sobem. Quando essa falta de produtos – e consequente aumento de preços – é pontual, ou seja, por algum momento ou motivo, como de junho a novembro não temos colheita de MAÇA no Brasil, então faltam produtos e o preço sobe, essa inflação também é temporária. Já o que aconteceu devido a pandemia, foi uma inflação generalizada e persistente, visto que o desastre de saúde durou quase 2 anos.

E o que a taxa Selic tem com isso? Em 03/ 2021, o Copom iniciou o ciclo de aumento da Selic, com o objetivo de controlar a inflação brasileira, saindo de uma taxa de 2,75% para a Selic atual em 13,75% ao ano. Quanto mais alta estiver a Selic, menos dinheiro circulando na economia do país, como consequência o consumo cai, a oferta acaba “sobrando”, e temos uma tendência de redução dos preços – ou seja, da inflação. E o resultado foi rápido e claro: em outubro de 2021 o Brasil computava uma inflação de 10,67% ao ano, e em 2022 fechamos o ano no patamar de 5%.

Eu sei, eu sei que esse foi o bate papo mais “pesado” em termos técnicos que já tivemos até aqui, porém todos esses conceitos que você começou a aprender aqui são fundamentais para todos os passos da sua organização financeira, em busca de um bem-estar e uma relação saudável com o seu dinheiro.