O Swordplay, uma atividade que mistura esporte, história e cultura geek, vem ganhando espaço entre os jovens de Palmas. Inspirada em combates medievais e batalhas de fantasia, a prática utiliza armas confeccionadas com espuma e materiais acolchoados para garantir a segurança dos participantes. No Tocantins, o grupo Protetores da Cachoeira do Makka-Kuh representa o estado em eventos nacionais e se tornou referência na região Norte.
Fundado oficialmente em 2016, o grupo surgiu da iniciativa de amigos que buscavam uma alternativa às práticas esportivas tradicionais. Atualmente, é o único coletivo ativo no estado dedicado à modalidade e reúne praticantes de diferentes idades — a partir de 12 anos, com autorização dos responsáveis.
Campo de batalha em Palmas
De acordo com Alles Pacheco, líder dos Protetores da Cachoeira, o Swordplay chegou a Palmas em 2009, durante um evento de cultura pop.
“O swordplay é uma prática esportiva que simula combates medievais e de fantasia, utilizando armas acolchoadas. O objetivo é recriar duelos e batalhas inspiradas em eventos históricos, utilizando espadas, escudos, lanças e também outras armas fictícias da cultura geek”, explicou.
O grupo realiza treinos semanais, todos os sábados, das 16h às 18h, no Espaço Cultural de Palmas, próximo à Biblioteca Municipal. “Qualquer pessoa pode participar. Nós deixamos armas disponíveis para iniciantes, então não é necessário comprar equipamento. Basta aparecer e treinar com a gente”, destacou Alles.
Identidade tocantinense e origem do nome
O nome do grupo combina referências à cultura oriental e à geografia local. “Nos inspiramos na lenda chinesa de Sun Wukong, o Rei Macaco, e na Cachoeira do Escorrega Macaco, em Taquaruçu. Criamos a ideia de sermos os protetores desse lugar simbólico, unindo elementos da cultura asiática e do Tocantins”, contou o líder.
Com o passar dos anos, o Makka-Kuh — como é conhecido entre os praticantes — passou a adotar um estilo mais voltado à cultura medieval ocidental, tanto nas vestimentas quanto nas armas utilizadas.
Campeonatos e presença nacional
O grupo tocantinense já participou de grandes encontros de Swordplay no Brasil, como o Encontro Paulista de Swordplay (EPS), em 2023, que reuniu mais de 600 participantes e cerca de 80 clãs de todo o país, e o Encontro Baiano de Swordplay (EBS), em 2024.
Segundo Alles, o grupo também já sediou eventos locais com a presença de grupos do Rio de Janeiro e Brasília. “Nós temos um bom relacionamento com outros clãs do país. Já recebemos participantes de várias regiões e estamos sempre trocando experiências e aprendizados”, afirmou.
O próximo compromisso do grupo será o VGCONTRO – Encontro Geek de Palmas, marcado para o dia 15 de novembro, às 16h, na loja Victória Geek, na 104 Sul.
A vivência de quem pratica
Para Átila Ursus, um dos membros mais antigos do grupo, o Swordplay é mais do que um esporte: é uma experiência de convivência e aprendizado coletivo.
“O que me motivou a começar foi o ambiente acolhedor e a proposta divertida da prática. O grupo sempre foi muito inclusivo e fez com que eu me sentisse parte de algo. O que me mantém até hoje é justamente isso: um ambiente muito tranquilo, uma prática super divertida”, contou.
Além do aspecto físico, Átila ressalta os ganhos pessoais e sociais. “O Swordplay me ajudou a manter uma atividade física regular de um jeito motivador. Mas o principal impacto foi no modo de enxergar o trabalho em equipe. Ninguém vence sozinho. É preciso confiar nos colegas e montar estratégias — algo que levei para minha vida pessoal e profissional”, completou.
Prática e comunidade
O grupo mantém perfis ativos nas redes sociais, onde divulga os encontros e conteúdos educativos sobre o esporte.
Mais informações podem ser encontradas no Instagram @protetoresdacachoeira e no site oficial makkakuh.wixsite.com/swordplay, que reúne orientações sobre confecção de armas, regras de combate e a história do grupo.