Suspeitos de participar de grupo de extermínio dentro da Polícia Civil serão soltos

A justiça vai liberar os delegados e os agentes da Polícia Civil que estavam presos desde junho do ano passado, suspeitos de integrar um suposto grupo de extermínio dentro da própria Polícia Civil. Várias mortes de egressos do sistema prisional, entre os anos de 2019 e 2020 são atribuídas a esse grupo.

A decisão da justiça veio após a audiência de instrução que ouviu testemunhas e informantes. As prisões aconteceram em junho do ano passado, durante a operação caninana. As investigações apontaram que os policiais faziam uma espécie de limpeza social, matando ex-detentos utilizando recursos da própria Polícia Civil.

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público do Tocantins os papéis dentro do suposto grupo de extermínio eram divididos da seguinte forma:

os agentes Antônio Júnior, Antônio Mendes, Carlos Augusto Pereira Alves e Giomari dos Santos Júnior eram os responsáveis por cometer os assassinatos. Callebe Pereira da Silva acompanhava a localização e deslocamento das vítimas e os delegados Ênio Walcácer de Oliveira Filho e Amaury Santos Marinho Júnior seriam responsáveis por coordenar as ações.

O juiz José Carlos Ferreira Machado entendeu que após ouvir as testemunhas nenhum fato novo apresentado reforçava que os presos exerciam algum tipo de ameaça para as investigações e por isso não existe a necessidade de prisão.

Apesar da liberdade, os delegados e os agentes precisam cumprir uma série de medidas para continuarem soltos. Todos estão suspensos das atividades públicas e não podem se aproximar ou tentar contato com as testemunhas e familiares das vítimas. Estão proibidos de frequentar as unidades da Polícia Civil ou Polícia Federal. Não podem se afastar da cidade onde vivem e precisam entregar em juízo os passaportes. Os investigados também estão com suspensão da posse e restrição do porte de arma de fogo.

As defesas dos acusados comemoraram a decisão judicial. Os advogados dos policiais reforçaram que a saída da prisão é o primeiro passo para provar a inocência dos policiais. Já o Ministério Público disse que vai recorrer da decisão.