Subnotificação de casos de estupros de vulneráveis pode impedir que a vítima tenha acesso ao atendimento médico

Entre janeiro e junho de 2022 e o mesmo período em 2023 os casos de estupro de vulneráveis não tiveram grandes alterações no número de casos notificados. No ano passado foram 361 registros contra 357 deste ano.  Apesar de altos, esses números podem esconder uma realidade ainda mais cruel.

“Apesar de vermos na mídia muitas notícias sobre prisão de estupradores, a sociedade não pode ignorar que muitos casos de estupro podem estar subnotificados. Por isso a importância de denunciar para a polícia”, alerta a advogada Marcela Costa.

Sem a denúncia, a vítima não tem acesso ao atendimento médico, que em casos de estupro deve ser imediato. É por isso que é preciso olhar o estupro como um problema de saúde pública.

Por isso o primeiro passo é garantir que a vítima tenha acesso imediato a um atendimento de saúde. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) promove esse atendimento de forma gratuita para qualquer vítima de estupro, independente do sexo e idade.

Esse acolhimento é realizado no SAVIS – Serviço de Atenção Especializada às Pessoas em Situação de Violência Sexual, que em Palmas funciona no Hospital e Maternidade Dona Regina, 24h por dia e não é necessário que a vítima seja encaminhada, sendo considerada uma unidade hospitalar de portas abertas.

No Savis são atendidos abusos considerados agudos que chegam até 72 horas após o ato e abusos crônicos que chegam ao serviço após 72 horas. Nessas situações envolvendo estupros e outros tipos de violência sexual, um dos principais objetivos da SES é fornecer uma atenção integral e integrada de forma humanizada e segura, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde e evitando a revitimização.

O atendimento é multiprofissional, sendo composto por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistente sociais, farmacêuticos e técnicos de enfermagem.

Também é importante destacar que o sigilo profissional é garantido e existe o apoio com a equipe na parte ambulatorial de até seis meses constando exames, medicações, apoio psicológico, social, imunização e em casos de gravidez decorrente de estupro é feito a APL – o Aborto Previsto em Lei até a vigésima semana.

O paciente também pode entrar em contato pelo número 3218-7786.