SINOPSE é a nova coluna do Jornal Primeira Página assinada por Carolinne Macedo. Tudo sobre os principais lançamentos cinematográficos do mês e um mergulho na sétima arte!
Quando Luca Guadagnino nos apresenta algo como “Rivais”, ele traz consigo uma compreensão profunda daquilo que realmente falta no cinema contemporâneo: a eletricidade dos relacionamentos humanos. Conhecido por “Suspiria” “Até os Ossos” e “Me Chame Pelo Seu Nome”, o diretor nos presenteia com uma obra onde cada gota de suor, cicatriz, olhar e feixe de luz carrega significados ocultos e intensos. Com um roteiro de estreia de Justin Kuritzkes, o filme revela-se uma verdadeira sinfonia de tensão e desejo, explorando a complexa rede de relações e emoções dos personagens. Sexy, vibrante e surpreendentemente divertido, este longa metragem é uma prova do talento do diretor para explorar as paixões e anseios humanos.
“Rivais” nos apresenta a história de dois amigos tenistas, Art (Mike Faist) e Patrick (Josh O’Connor), cujas vidas se entrelaçam com a prodígio Tashi (Zendaya) em um torneio juvenil. Tashi, uma estrela do tênis cuja carreira é interrompida por uma grave lesão, casa-se com Art, transformando-se na treinadora e agente do marido. Patrick, por outro lado, vê seu potencial desperdiçado pela própria displicência. Quando o trio se reencontra anos depois, durante um torneio crucial, todas as tensões e conflitos do passado vêm à tona, dando início a uma batalha emocional e física que é de tirar o fôlego.
Mas o que torna a película uma experiência tão cativante é a evidente química explosiva entre os atores. Mike Faist e Josh O’Connor brilham em suas performances, com a timidez de Art contrastando perfeitamente com a impetuosidade de Patrick. Zendaya, por sua vez, domina a tela com uma presença magnética, equilibrando vulnerabilidade e força de forma magistral. Sua Tashi é uma figura central que, mesmo no meio do caos que provoca, não perde a empatia do público. É um testemunho do talento de Zendaya ela conseguir a proeza de tornar sua personagem compreensível e intrigante, evitando que a vejamos apenas como uma “destruidora de lares”.
A metáfora do esporte como palco para desejos e competições humanas é explorada com maestria. O tênis, com seus movimentos precisos e ritmados, torna-se uma dança erótica de poder e controle. A filmagem dos jogos é vibrante e envolvente, com a câmera capturando cada detalhe como se assistíssemos a uma dança. As discussões acaloradas entre o casal são filmadas com a mesma intensidade de uma partida acirrada, mostrando como as emoções se entrelaçam com a obsessão pelo esporte. A trilha sonora eleva ainda mais a qualidade do filme, as melodias românticas e as músicas eletrônicas criam uma atmosfera que reflete a adrenalina e a tensão dos personagens, ampliando a experiência e fazendo com que o público sinta cada momento de maneira visceral. A estrutura não linear da obra, com flashbacks que revelam lentamente as camadas de relações entre os personagens, é outro ponto forte. O diretor utiliza a montagem e a fotografia para criar uma narrativa rica e complexa, onde cada cena adiciona novas dimensões à história.
“Rivais” é uma obra-prima de sensualidade e tensão. Guadagnino transforma um drama esportivo em uma exploração erótica de emoções humanas. A ausência de cenas explícitas de sexo é compensada por uma atmosfera carregada de insinuações e duplos sentidos, onde cada movimento e som na tela evocam desejo e controle. É um filme que, com sua abordagem estilosa e provocativa, satisfaz tanto os amantes de dramas esportivos quanto os fãs de romances intensos e emocionantes. Um filme que não só entretém, mas também provoca e instiga, deixando o público imerso em sua narrativa fascinante e complexa.
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