Há dois meses, a família de Matheus Felipe Cutrim da Silva, de 23 anos, busca notícias sobre o paradeiro do jovem, que desapareceu no dia 4 de maio em Luzimangues, distrito de Porto Nacional. O caso é investigado pela 72ª Delegacia de Polícia, mas até agora não houve avanços concretos, segundo relato de familiares.
Matheus havia se mudado do Maranhão para o Tocantins quatro meses antes de desaparecer. Ele costumava manter contato diário com a avó, que registrou boletim de ocorrência após perder contato no início de maio. Segundo a família, a última ligação do jovem foi feita pelo telefone de uma amiga, mas, desde então, não houve mais informações sobre seu paradeiro.
A situação ocorre em meio a dados que mostram a dimensão do problema: somente no ano passado, o Tocantins registrou 589 ocorrências de desaparecimento, sendo 219 em Palmas — média de um caso a cada dois dias na capital.
Falhas nos fluxos e sobrecarga de equipes
Na última segunda-feira (07), o Ministério Público do Tocantins (MPTO) reuniu representantes da Segurança Pública para discutir melhorias no enfrentamento ao desaparecimento de pessoas. O encontro destacou problemas como a falta de recursos humanos, ausência de protocolos claros e a sobrecarga da Delegacia Especializada de Polícia Interestadual, Capturas e Desaparecidos (Polinter).
O MPTO cobrou respostas mais ágeis, ressaltando que a demora nas buscas aumenta o risco de que pessoas desaparecidas sejam vítimas de outros crimes. Entre as dificuldades apontadas estão falhas de comunicação entre órgãos e a necessidade de um fluxo integrado que envolva saúde, assistência social e forças de segurança.
A reunião foi conduzida pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, da Cidadania, dos Direitos Humanos e da Mulher (Caoccid) do MPTO, promotora de Justiça Cynthia Assis de Paula, e contou com a presença do secretário de Segurança Pública (SSP-TO), Bruno Azevedo, representantes da Delegacia Especializada de Polícia Interestadual, Capturas e Desaparecidos (Polinter) e membros da Polícia Civil que atuam com pessoas desaparecidas.
Novas medidas e próximos passos
A Secretaria de Segurança Pública anunciou que pretende realizar concurso para a Polícia Civil, mas o cronograma prevê nomeações apenas para 2027, considerado distante para atender à urgência do problema.
Ficou acordado que novos encontros serão realizados em agosto, envolvendo outros órgãos como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, e equipes de saúde e assistência social, para avançar na construção de um protocolo de atuação mais efetivo.
Enquanto isso, casos como o de Matheus seguem sem solução, aumentando a preocupação de famílias que aguardam notícias. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, as investigações continuam, mas o jovem ainda não foi localizado.